quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

"As galinhas da Vovó"...


É este o meu presépio. O indispensável símbolo desta época natalícia, data em que, mais ou menos conscientemente, o mundo celebra um nascimento.

O meu presépio não é branco nem negro: é cor de terra, castanho. Cor do material simples de que é feito: o barro. Saído de mãos hábeis de um artesão que o moldou com formas estilizadas. Simples e sóbrio, como eu gosto.

Simbólico e discreto, o meu presépio não escapou aos olhos atentos do Francisco. Dois anos e meio ladinos e curiosos, parou em frente dele, no meio das suas correrias alegres pela casa fora.
Olhou, reviu num ápice os seus conhecimentos do mundo, relacionou-os e inferiu, convicto: "(...são)...as galinhas da vovó...".
Confundira as ovelhinhas... apesar destas não serem exactamente como as galinhas que vira há tempos, algures num quintal...


Perplexos, os adultos riram... e apressaram-se a aproveitar aquele momento para uma lição precisa e breve, como convinha: "não é uma capoeira: é um estábulo"... e mais isto e mais aquilo... blá-blá-blá...:

"Nasceu Jesus, muito pobrezinho, mas tinha Mãe e Pai... e animais amigos"...

São assim os olhos das crianças...


...Feliz Natal!...


3 comentários:

@ntonio Silva@ disse...

Que linda forma de celebrar o Natal. Em jeito de fábula ?!

São deliciosas estas tuas crónicas/apontamentos, já os posso imaginar caíndo suavemente nas folhas de um livro!!!


Dias felizes !
Ano Bom com muita saúde !!!

Healing Naturaly disse...

Tudo de bom para 2009.
Beijo, Isabel

Joaquim Chaves disse...

Então caríssima Manuela, todos os netos esperam ver as galinhas da vovó! Porque os avós são uma instituição para os netos. Uma fonte de saber, cultura, tradição!
A minha avó tinha muitas galinhas. Em troca de uns tostões eu tinha a tarefa de cortar couves, sob um alpendre de uvas de mesa. Enrolava as couves e cortava-as sobre uma velha tábua, com uma faca muito afiadinha, como quem as corta para o caldo verde. Depois escaldava-as com sêmeas e lá vinham as galinhas a correr, acompanhadas do altivo galo!
Eu, quando um dia for avô, quero ser como era o meu avô! Vai ser difícil, ele era muito bom, era o símbolo, o herói da família. Até reparava relógios de parede, grandes relógios com muitas rodas dentadas e pêndulos. Era um fascínio!
Quando um dia for avô, quero ter uma quintinha. Pode não ter vacas, burros ovelhas, nem galinhas ou patos. Mas há-de ter um cão para dar um amigo aos meus netos. Um gato para eles aprenderem a ter personalidade. Muitos passarinhos a voar livremente com seus cânticos para eles aprenderem a amar a liberdade. E eu, minha cara amiga, serei um velho feliz quando montar o presépio!
Que maior riqueza podemos ter, que sobreviver para ver crescer os netos. Muitas felicidades!
Joaquim Chaves