segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Aventuras com crocodilos...

Na EB1 dos Caranguejais, viajámos hoje pelas lendas, ao lado de meninos e crocodilos... E então contei:
No tempo em que os animais falavam, um velho crocodilo esfomeado aventurou-se pelo mato dentro, em busca de um cão ou de um porco que pudesse comer, mas nada! Andou, andou, andou, e foi ficando cheio de sede, cada vez mais fraco, quase à beira da morte, sem forças para regressar ao mar... A certa altura, apareceu um menino. Que bom!... Foi este menino corajoso que o salvou, ajudando-o a voltar. Ficaram bons amigos e davam, juntos, muitos passeios pelo mar... 
Certo dia, o crocodilo, cheio de fome, teve uma grande tentação: e se comesse o rapaz? 
E depois...
Os meninos do 3ºA escutavam, atentos e incrédulos.
- Como é que ele cresceu tanto e se transformou numa ilha?
- Mas foi verdade?!...
Lá descobrimos o que haveria de verdadeiro na lenda e entendemos a fantástica imaginação de quem inventa, de quem conta e de quem escuta...
- Se não for fantástica, a história não tem graça! - rematou um deles.

Lemos então O menino e o crocodilo, uma outra lenda (da Guiné-Bissau), semelhante e muito diferente.
E com a ajuda da Net, partimos para  a descoberta da gastronomia à base de jacaré... E do artesanato...
A curiosidade crescia... Como nascem os jacarés? Jacaré e crocodilo é a mesma coisa?...
Há sempre quem esclareça isto ou aquilo que já viu na televisão...
Assim se desvendou alegremente um pouco mais deste nosso mundo, repleto de surpresas!...


Bibliografia:
Contos, lendas e fábulas daqui e dali, Texto Editora (na sua maioria extraídos de Histórias de longe e de perto, Paulinas)

Webgrafia:
http://kiakilir.blogspot.pt/2012/08/a-lenda-do-crocodilo-conto-e-lenda-de.html
https://www.youtube.com/watch?v=K-0RiaA7Wxc (teatro de sombras chinesas)
http://www.coocrijapan.com.br/index_br.asp
Imagens: Google


Mais, no blogue BiblioAlma.


sábado, 22 de novembro de 2014

Um saltinho ao Lar...

Lar de Brejos de Azeitão/Entrada de serviço - Chove!
Aquele é um lar espaçoso e acolhedor, com muita luz e paredes alegres, sem qualquer ar infantil, inserido em ampla zona verde onde nem sequer um lago falta...
Atividades, muitas: ginásio, biblioteca (com um clube de leitura), cinema, tecnologias, expressões artísticas, artesanato... Nalguns casos, há residentes responsáveis pelo respetivo funcionamento ou dinamização. Um museu ali, imaginam?! Neste lar expõem-se trajes e acessórios, móveis, objetos diversos..., afinal tudo aquilo que os residentes doam, que ilustra memórias de vida e documenta a história do século, conservado num enorme salão em ordem, asseado, com entrada franca...
As visitas são bem-vindas, nomeadamente se são netos da casa, com toda a sua alegria. Mas também há lugar para mais um à mesa, mesmo de surpresa! E com pratos por onde escolher, inclusivamente menu de dieta.
Ignoro preços. Não poderá ser pechincha! O certo é que cada pessoa é tratada com conforto e dignidade, como é justo que seja. Como todos deveriam e têm o direito de ser.
Do boletim do Lar, transcrevo um excerto em que o seu redator, José Mota, parafraseia Gabriel García Marquez e uma sua obra, referindo-se aquele a residentes recém-chegados:
Sem anos de solidão
«(...) SOLIDÃO, coisa que já não vai acontecer a quem escolheu ingressar no Lar Sams / Sbsi de Brejos de Azeitão. As famílias é que vão sentir a falta de alguém à mesa, a solidão de um sofá vazio e a saudade de uma presença que se tornou ausência e, por isso,  o Lar, aos fins de semana principalmente, tem uma vida diferente com as visitas que enchem os nossos espaços... e sente-se gente apressada caminhando com desenvoltura... há crianças, jovens e adolescentes que mesmo sendo por vezes irreverentes e buliçosos, nos dão a certeza que os nossos últimos anos, mesmo que não cheguem aos cem, serão anos sem solidão (...)»

Quem seguir José Mota por uns momentos, facilmente concordará: nem solitário nem com um minuto a perder, entre os seus hobbies e muitas solicitações, sempre rodeado de gente amiga!...
Afirmou André Malraux: São precisos sessenta anos e não nove meses para fazer um homem. Passo a pergunta a Conceição Taurino (senhora arguta que muito medita): não será antes uma vida inteira?

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Em Casal de Bolinhos, a meias...

Regressar a Casal de Bolinhos é rotina! Colegas e meninos mais crescidos receberam-me com alegria enquanto os pequenitos me aguardavam com curiosidade... 
A sessão, desta vez, foi a meias com o professor Ricardo, um jovem voluntário, cheio de boa vontade, simpatia e grande contador de histórias!
Primeiro as visitas e, então, comecei eu: Gutierres, o homem das forças, uma história de António Torrado. (A meias! Obrigada, Ricardo!)
Surpresa geral: eu não li!... Outra novidade: só uma história?!...
Foi finalmente a vez do anfitrião: contou histórias tradicionais e leu Trem de ferro, poema de Manuel Bandeira (a pedido dos meninos!)... Sabem porquê? Eles acompanham a leitura com gestos e repetindo frases, afinadinhos e animadíssimos! 
Olhos atentos, risos, sorrisos e manifestações de carinho são prova do prazer causado por esta partilha de palavras, na biblioteca escolar... 


Obrigada pelo meu cacho de uvas, com bagos assinados pelos artistas, um a um... 
Obrigada, Amélia Marcelo! Obrigada, Sónia Seixas!


E a estafeta de contos veio, foi... soma e segue...

...o homem sonha... a ideia cresce... a obra nasce...
Os contos, com as suas palavras andarilhas, passaram por aqui e, no cacilheiro Dafundo, atravessaram comigo o agitado Tejo...
A robusta mala de madeira, depois de ter levado um aperto nas cansadas dobradiças, chegou intacta ao nº 47 da Rua do Alecrim!
Nesse dia, inúmeros contos circularam horas a fio via skype e por telefone, de Norte a Sul, galgaram fronteiras, fizeram amigos..., foram à Suíça, ao Congo (sei lá aonde mais!)... e poderiam ter ido muito mais além: sabemos de quem tentou, em vão, conseguir ligação.
Segura de si, rica de fantásticas histórias, reais e imaginárias, e de inesperadas experiências, a Estafeta prossegue.
Boa viagem!...


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Contar contos andarilhos... e Escrever Escrever...

A Biblioteca Municipal José Saramago desafia, organiza, planifica... e muitos contos já se fizeram ao caminho!...
A edição da estafeta de contos 2014-2015 vem andarilhando por aí acima. Partiu a 20 de outubro, descansa aos fins de semana, e acabará esta edição da prova a 4 de fevereiro, depois de atravessar todo o país, do Alentejo e Algarve a Trás-os-Montes e ao Minho, saltitando por sessenta locais até chegar novamente ao ponto de partida: Beja, "a cidade dos contos", pois claro!
Todos os dias úteis, um contador avança para uma biblioteca escolar ou municipal, uma casa de cultura, uma sala de estudo, uma Câmara, uma União de Freguesias, um polo de leitura, uma Associação, uma editora ou livraria, um estabelecimento prisional... Um outro contador recebe o testemunho e vai, por sua vez, passar palavras andarilhas, como em qualquer verdadeira estafeta...
Participarei na EB1/JI do Pragal, como anfitriã, e na Escrever Escrever, em Lisboa, como visitante.
Nesta Associação, onde se ministram cursos de escrita ("Ensaboadela de Português", "Escrever ficção", "Escrever para a WEB", etc...), deixaram-se inspirar por Gianni Rodari e... contar-se-ão Contos ao telefone, entre as 8h-20h.
Aí estou eu, animada, pronta para o que der e vier, em horário por determinar...
Sim! Isto é contigo! TU podes telefonar ou contactar via Skype... e, sem (mais) custos, saborear uma boa história andarilha!

Informação: AQUI.



"Lya e Lia": lemos. E depois...?

Na passada 2ª feira, foi a vez de certa mãe ir aos Caranguejais, prosseguir o trabalho por mim iniciado, na semana anterior.
Trata-se de uma mãe colaboradora de longa data, com formação na área da mediação da leitura e da Arte-Educação. E com responsabilidades na Biblioteca Municipal de Almada.
"Dá licença?"...
Deram..., e fui assistir!...
Tudo começou por uma conversa:
- Que diferenças se notam na vida da Lya e da Lia?... E que semelhanças?
Tal como um professor orgulhoso das aprendizagens dos seus alunos, assim eu me envaideci ao ouvi-los, nas suas respostas certeiras... Nem sequer erraram as datas dos dias da Liberdade dos dois países: 20 de maio e 25 de abril, em Timor e Portugal, respetivamente. Decoraram palavras em tétum!... (Mérito do 3º A.)

Seguidamente, a mãe Sílvia Martins pôs os meninos, dois a dois, a fazerem um grande cartaz de Encontros, desenhando e sobrepondo o contorno dos seus corpos, em papel de cenário.
Ao mesmo tempo, outros meninos escolhiam livros para leitura domiciliária e a Professora Bibliotecária procedia ao respetivo registo.
Entretanto, as crianças foram-se sentando e iniciaram a sua leitura autónoma. Uns liam a obra de Margarida Botelho, outros o livro por si escolhido.
Por fim, ainda se realizou um trabalho de grupo: uma lista de palavras e expressões que serão necessárias para comunicar com a menina timorense (que posteriormente irão pesquisar no dicionário on-line de português-tétum).
Uma sessão que aliou desenho e palavra, movimento e quietude, ruído e silêncio, autonomia e parceria, trabalho e prazer.
Todos não fomos demais!
E eu gosto assim!