Precisamente à minha frente, sentou-se uma jovem, ágil como é habitual na sua idade; surpreendentemente discreta, no vestuário e na apresentação.
Embora sendo loira e bela, facilmente passaria despercebida, não fosse aquele seu impulso de imediatamente abrir a mochila, pegar num caderno e numa lapiseira (em vez de um qualquer tablet), olhar serenamente para a esquerda e para a direita e, sem tempo a perder, começar a escrever, desenhando cada letra devagar... Compassadamente, a um olhar seguia-se uma frase breve...; a novo olhar, umas tantas palavras mais...
Eu olhava-a, curiosa...
Poesia? Prosa?, registo de impressões de viagem...?
Impossível confirmar!
Fitou-me. Desviei o olhar, por instantes. Voltei a espreitar; continuava a olhar na minha direção, lapiseira suspensa sobre o caderno aberto...
Observar e ser observada...
Interesse e inquietude...
Terei entrado na sua história?
Como gostaria de ler o seu texto!...
O trajeto era curto. Dúvida e desejo ficaram por satisfazer.
Por mim, fica assim descrita a bela jovem amante da escrita.
Imagem retirada de um jornal digital.