sábado, 29 de dezembro de 2012

Natal em fatias...


Celebrar a festa da família é tarefa para todos os dias, particularmente vivida nesta quadra. Difícil seria concentrar o convívio entre todos num só dia: as famílias multiplicam-se, migram de lar, reconstroem famílias, mudam de terra, de país...
Em vez de lamentos, busquemos soluções!
Sei de quem organiza festas diárias na semana do Natal: hoje com estes, amanhã com aqueles. Festas a rigor, com pratos típicos, troca de prendas e tudo o mais que nesse preciso dia se proporciona...
Prefiro a possibilidade de se organizar e viver, espaçadamente, sucessivos encontros com uns e outros, num espírito de fraternidade, com perfume de natal, sem mais...
Para mim, o almoço em casa do Mano foi "o 1º natal" de 2012.
A vinda de filhos, de longe, e a reunião de todos os netos à mesma mesa, no sábado seguinte, representou novo "primeiro" natal... "-Bó!"..., "-Avó!"... - o chamamento varia, consoante a idade e o correspondente desenvolvimento da linguagem.
O aniversário da Margarida, unindo outro segmento da família, foi mais um...
Por fim, a universal noite de Natal, foi aquela em que cinco netos, um sobrinho neto, as suas quatro mães e três pais..., os avós e bisavó... todos estivemos unidos, em casa!
Mais significativos natais virão ainda... (O dia de Reis vem longe; a partida da família também...)
Um natal fruído em fatias.
Laboriosas e doces fatias de natal...

Imagem: retirada de um cartaz publicitário da ASA.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Uma a uma, chegámos às vinte e uma, a ler a meias...

Hoje, de novo na escola Feliciano Oleiro, o tema voltou a ser o Natal.
Partimos dos mesmos símbolos, dos mesmos postais e livros, andámos à volta das mesmas conversas, também com turmas de 4º ano... e, como sempre, fizemos sessões diferentes!
Todos estes alunos escutaram a lenda de S. Nicolau. Não podia faltar, logo hoje que é o seu dia! No 4º A, recontei ainda a lenda da Befana. E lemos mais uma história.
O 4º A escolheu O cavalinho de pau do Menino Jesus.
O 4º B também... (Tinha de ser pequenina!...)
Curioso foi que ambas as turmas gostaram tanto que bateram palmas, no fim! Palmas para Manuel António Pina. 
No 4ºB o tempo passou a correr porque começámos a sessão com poesia brasileira: Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade. Eles gostaram tanto! E, deste modo, eu paguei uma "dívida"...
A propósito, evocámos gente ligada às artes que nos deixa a sua obra para sempre. Homenageámos Oscar Niemeyer e Joaquim Benite.
Manuela Caeiro com 4º A
Manuela Caeiro com 4º B
Fim do 1º período: tempo de avaliação.
- Que nota me dão? - perguntei eu ao 4º B.
- 10!... De 1 a 10, 10! - responderam.
- E se for de 1 a 100? - arrisquei.
- 100!
- E de 1 ao infinito... - sentenciou um menino - INFINITO!
Com esta nota infinita, comprometo-me a voltar. Prometido!
Só não poderei atender à crítica do 4º A: ir mais vezes... Estes acham que uma vez por mês é muito pouco!
Pois..., mas eu fiz 21 sessões este período, em 4 escolas... e ainda irei a muito mais bibliotecas, a partir de janeiro.
Compreenderam...
Chegou, por fim, a hora de nos despedirmos, alegremente: 
- Bom Natal, festas felizes, ótimas férias!... 
Até 10 de janeiro de 2013! 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

E vem aí o Natal... a ler a meias...

Vem aí o Natal, festas, férias... que bom!
- O que se festeja? - perguntámos. 
- Antes do Menino Jesus nascer, já havia festa? (E então não é que havia mesmo?!)
- A tradição será idêntica em todo o mundo? (Claro que não! Nem sequer se dão as prendas no mesmo dia! Por exemplo, amanhã S. Nicolau vai distribuir presentes aos meninos holandeses, alemães... E em Espanha e Itália, os presentes recebem-se só um mês depois, no Dia de Reis.)
- De onde vem a tradição do Pai Natal, da árvore de natal, dos postais de boas festas???... (Falámos de tudo um pouco.)
Todos os alunos de 4º ano da Escola Conde de Ferreira escutaram a lenda de S. Nicolau.
E a seguir ouviram ler uma história à sua escolha.
4ºB
O Natal das bruxas, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada - quis o 4º B.
O sapateiro e os duendes, dos Irmãos Grimm- escolheu o 4º A.
Vontade satisfeita!
4ºA
A boa avaliação deste 1º Período ditou que iremos continuar a ler a meias...
Despedimo-nos, até 9 de janeiro:
- Boas Festas a todos!


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ler a meias... retornou a Casal de Bolinhos...

2º A
Foi hoje! 
Quanto entusiasmo ao verem-me entrar no pátio da escola! Deram saltos de contentes
Ler a meias... é na biblioteca.
Primeiro, entrou o 2º ano, com a professora Amélia...
A seguir, foi a vez do 3º ano e da professora Sónia.
3º A
Adivinhas, histórias e uma poesia, em torno de profissões...
Muita participação, muita atenção, muita curiosidade...
Enfim, uma hora (com cada turma) depressa se passou.
Mais sessões, só no 2º Período, já se sabe!...

Muito obrigada, meninos e colegas de Casal de Bolinhos, pela prenda que me deram: todo o carinho e... uma deliciosa marmelada, feita na escola! ("Não se vai a Casal de Bolinhos sem se adoçar a boca...")
Já agora: que lindo papel de embrulho, desenhado e pintado pelos artistas da turma!... Parabéns!
Feliz Natal a todos!


Notícia do Jornal Escolar da escola: aqui.
...   ...   ...   ...   ...

Livros que utilizámos:
- António Torrado, Histórias tradicionais portuguesas contadas de novo, Civilização
- Luísa Ducla Soares, Seis histórias às avessas, Civilização
- Luísa Ducla Soares, Poemas da mentira e da verdade, Livros Horizonte
- Soledade Martinho da Costa, Vamos adivinhar profissões, Publicações Europa-América


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Chegou a vez do 5ºD... "ler a meias"...

O 5ºD chegou à biblioteca com a professora Margarida Catarino, muito alinhado, com avisos para se portar bem... 
A Mediadora de Leitura seguiu a "receita" experimentada nas restantes  turmas de 5º ano (podem lê-la, neste blogue).
Os jovens observaram, escutaram, participaram, sem perder pitada desta receita! (Seria graças à "receita"... ou por causa dos avisos?...)
Ou seja:
Envolveu-se tudo em mistério...
Explorou-se gaveta a gaveta, observando-se objetos e livros relativos a cada época...
Leu-se um texto publicitário e descobriu-se o segredo e as consequências de se aderir a um serviço...
Votou-se num livro (de entre três...) E elegeram... sabem qual?
- Os Ciganos - claro... e por unanimidade!!! 
A seguir, foram convidados a ler o resto, para me contar tudo em janeiro.
Como imaginam um livro, no futuro?
- Abre-se a uma ordem nossa... e lê em voz alta para nós! 
(Que preguiçosos serão os leitores do futuro?!!!)
Por fim...
- Gostaram, sim! 
E despediram-se, calorosamente...
Concluímos, deste modo, as primeiras sessões com os 5ºs anos, com chave de ouro!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Receita para ler a meias (O 5º ano já "provou"...)

Quase chegou ao fim a primeira ronda de leitura a meias com as turmas de 5º ano da Escola Anselmo de Andrade. Hoje foi o 5ºA. 
(O 5ºD ainda não foi desta!)

Chegou o momento de dar a receita destas sessões do 2º Ciclo! 
Vou desvendar o mistério!

- Primeiro, os ingredientes:
1) Objetos -
  • Três gavetas (cada gaveta para sua época.)
  • 1 pena (pena de ave, de verdade!)
  • 1 lousa e seu lápis de xisto
  • 1 disquete
  • 1 esferográfica
  • 1 pen (ou caneta digital)
  • 1  antepassado do Ipad
2) Textos não literários -
3) Livros -
Tradição oral
  • Grão a grão, Coleção Lagarto Pintado, Plátano Editora 
  • Viale Moutinho, Contos populares portugueses, Livros de bolso Europa-América
  • Lourenço do Rosário, Contos africanos, Texto Editora
Reprodução de obra manuscrita
  • Books of hours (Livro de horas), Phaidon Press Limited, Londres e Nova Iorque
Livros da atualidade
  • Don Brown, Um rapaz invulgar, O pequeno Albert Einstein, GATAfunho
  • Ilse Losa, O príncipe Nabo, Edições Afrontamento
  • José Jorge Letria e André Letria, Se eu fosse um livro, Pato Lógico
  • Manuel António Pina e Maria Priscila, O pássaro da cabeça, A regra do jogo
  • Sophia de Mello Breyner Andresen e Pedro Sousa Tavares, Os ciganos, Porto Editora
- Modo de preparação:
  • Envolvem-se as gavetas em mistério...
  • Abre-se cada gaveta de sua vez. 
  • Passo a passo, exploram-se objetos..., folheiam-se os livros... começam-se as leituras: uma mensagem de telemóvel, uma notícia, excertos de obras...
  • Descobrem-se significados secretos de palavras. (A propósito: sabem as consequências de aderir ou subscrever um serviço?...)
  • Conhecem-se autores, ilustradores, obras... alguns segredos sobre eles...
  • Pensa-se, pergunta-se, conversa-se, dão-se opiniões...
  • Vota-se na obra que se quer ouvir ler... Escuta-se... Imagina-se a continuação... 
  • Fica-se com vontade de ler o resto(E o tal livro já foi encomendado para a biblioteca escolar...)
Tudo tem um FIM
  • É hora de fazer a avaliação, isto é, dar a nossa opinião sobre a sessão...
  • É hora de despedidas.
Eu garanto: tem sido do agrado geral; do meu também!... 
Portanto, até ao 2º período!


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Ler a Meias... chega às 200 sessões!

Chegou o dia de promover o livro e a leitura em mais duas turmas de 5º ano da Anselmo de Andrade. (No 1º período, já só faltam duas sessões.)
Mais uma vez, aí encontrei muitos meninos meus conhecidos das várias bibliotecas escolares de Almada, por onde tenho passado...
O plano de trabalho deste 1º encontro tem sido idêntico em todas as turmas, mas no 5º E tinha forçosamente de haver diferenças: a aula era de 45m, em vez dos 90m das restantes turmas.
Foi curioso verificar que, condensando umas coisinhas aqui e acelerando outras coisinhas acolá, conseguimos fazer um trabalho idêntico!
Percorremos as gavetas do tempo e circulámos por entre objetos e livros do passado e presente... 
Quanto ao futuro, hum, que grande incógnita! Permanecerá a literatura tradicional, alguns clássicos, surgirão novos autores...; o suporte, enfim, logo se verá. 
A muitos alunos agrada a ideia da leitura em ecrã, dos livros digitais...
Houve quem imaginasse, no futuro, um livro ligado à eletricidade, recitando o seu conteúdo para um leitor atento... (Ideia curiosa!...)
Nestas sessões  poderia haver uma grande diferença: bastava que os meninos optassem por uma obra diversa entre as duas que lhes dou à escolha. Nem assim! 


- Querem Os ciganos, de Sophia de Mello Breyner Andresen e do seu neto Pedro Sousa Tavares, ou O príncipe Nabo, de Ilse Losa? - pergunto.
- Os ciganos!!! - elegem, quase por unanimidade. 
Ninguém se arrependeu! 

Curiosamente, outro livro que folheámos e que muito apreciaram foi uma biografia de Einstein, "Um rapaz invulgar". 
Todos se entusiasmaram com esta passagem pela biblioteca escolar e desejam o reencontro previsto para janeiro.



Querem saber uma novidade? 
O projeto Ler a Meias chegou hoje, no 5ºB, às 200 sessões...
É dia de cantarmos: 
«Parabéns a você...»


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ler a Meias... com o 5º C...

Hoje foi a vez de iniciar o trabalho com o 5º ano, na Anselmo de Andrade: uma estreia! 
O pontapé de saída foi dado com o 5º C. Depois de amanhã (5ª feira) e, por fim, na 2ª feira, chegará a vez das restantes quatro turmas.
Alguns destes meninos são meus velhos conhecidos... E o reencontro foi uma alegria!
Nesta sessão (a 1ª de três, trimestrais), desvendámos o mistério das gavetas do passado, presente e futuro, evocando o lema do Mês das Bibliotecas Escolares 2012. Gavetas cheias, claro!... Abordámos obras indicadas nas Metas Curriculares de 5º ano e muito mais! Provérbios; uma história tradicional, debate de ideias sobre acontecimentos da história; SMS com publicidade enganosa; notícia, narrativa, poesia, teatro... Cumpriu-se o objetivo de motivação para a leitura, nomeadamente uma biografia... acompanhada de uma sugestão de ida ao teatro Extremo, ver Einstein
Por agora não posso contar mais. 
Ainda é segredo!
Entretanto, ficam só estas fotos, reveladoras do nosso interesse e entusiasmo!

sábado, 10 de novembro de 2012

Vamos escrever a meias? Todos os dias...!?


Todos os dias
Todos os dias
nascem pequenas nuvens,
róseas umas, 
aniladas outras, 
nacaradas espumas...

Todos os dias 
nascem rosas,
também róseas
ou cor de chá, ou veludo...

Todos os dias 
nascem violetas,
as eleitas 
dos pobres corações...

Todos os dias
nascem risos, canções...

Todos os dias
os pássaros acordam
nos seus ninhos de lãs...

Todos os dias
nascem novos dias
nascem novas manhãs...
Saúl Dias,
Portugal, 1902-1983

Digam lá que não dava mesmo vontade de prolongar este poema?
Foi o que fizemos no Ler a Meias, coletivamente...
A turma da professora Mercedes concluiu esta tarefa na sua sala de aula. E ficou assim, lindo, lindo:
                  Todos os dias

Todos os dias
nascem crianças,
alguém faz anos
e acordamos alegres pela manhã...

Todos os dias
cuidamos da natureza,
o mar enche os corações dos peixes,
vemos os pássaros no ar
e as flores a crescer...

Todos os dias
merecemos dar e receber amor e carinho,
damos beijinhos à mãe,
penso em ti,
a amizade nunca nos separa,
conhecemos pessoas 
que nos podem acompanhar a vida toda...

Todos os dias
nasce o sol radiante 
e maravilho-me com o pôr-do-sol...

Todos os dias
os sorrisos estão no ar,
temos os nossos momentos de glória
tem de haver esperança,
esperança para continuar...

Todos os dias
a paz faz falta à Humanidade,
encanto-me pelas poesias
e canto em liberdade...

4º A da EB1 Feliciano Oleiro
Muitos parabéns!
(Mudei a ordem de pouquinhos versos... Gostaram?)


Por fim...
Agradeço e divulgo poesias individuais que a turma da professora Inês (4º B da EB1 Conde de Ferrreira)  escolheu para me ler! 
São poesias escritas e ilustradas pelos seus autores, no seu Caderno de Poesia






Muitos parabéns a todos!


Mais poemas nos bolsos... para Ler a Meias...

Voltei ontem à Feliciano Oleiro, para falar de poesia com as turmas de 4º ano dessa escola. E hoje foi a vez dos meninos do 4º B da Conde de Ferreira. Três sessões idênticas à do 4º A desta escola (no dia anterior), mas não inteiramente... 
Já se sabe que, de turma para turma, a interação com os meninos é diversa, a gestão do tempo altera-se, a Mediadora acrescenta uma coisa aqui e tira outra acolá... Mas houve ainda mais novidades
Na 5ª feira, não havia máquina fotográfica! Oh!!!???...
Na 6ª feira, chovia tanto que "a biblioteca" foi ter com os meninos à sua sala de aulaIsto trouxe novas possibilidades: eles tinham lá os seus cadernos e cada um leu uma poesia da sua autoria. Que bonitas!
De resto, nada de grandes alterações. Lemos muitos poemas que saltaram ora dos livros ora dos bolsos: brincadeiras com letras, palavras, sinais de pontuação, números, formas, sons, ritmos, humor... e muitos sentimentos pelo meio! 
Poesia popular e muitos poetas portugueses: Alexandre O'Neill, José Fanha, José Vaz, Luísa Ducla Soares, Matilde Rosa Araújo, Teresa Guedes, Saúl Dias... e ainda, na última turma, Maria Rosa Colaço.
Encerrámos a sessão com o poema Todos os dias, de Saúl Dias, pela voz de José Fanha, e terminámos prolongando coletivamente esse mesmo poema. 
TODOS OS DIAS..., o que acontece?













Realmente, cada um de nós é mais feliz com a poesia de cada dia! 
Não achas?


Antologias utilizadas:
  • Alice Vieira, Eu bem vi nascer o sol, Círculo de leitores, 1994
  • José Fanha, Poemas para um dia feliz, Gailivro, 2007
  • Sophia de Mello Breyner Andresen, Primeiro livro de poesia, Caminho, 1991
  • Susana Ralha, A casa do silêncioBando dos Gambozinos, 25 anos, «Tantas maneiras de ver e viver», Edições Afrontamento, 2000
Livros de autor:
  • José Fanha, Cantigas e cantigos, Terramar, 2004
  • Luísa Ducla Soares, A gata Tareca e outros poemas levados da breca, Teorema, 1990
  • Luísa Ducla Soares, Poemas da mentira e da verdade, Livros Horizonte, 5ª ed., 2010
  • Matilde Rosa Araújo, Segredos e brinquedos, Caminho, 1999
  • Teresa Guedes, Real... mente, Caminho, 2005

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Com poemas nos bolsos, para Ler a Meias...

O dia estava chuvoso. A seguir, iria decorrer outra atividade que mobilizaria toda a escola. A Mediadora quase tivera de faltar, para acudir à netinha adoentada, entretanto melhorzita... Tudo verdade! Mas verdade, verdadinha, foi que a professora Isabel chegou à biblioteca escolar com os seus meninos de 4º ano, todos muito contentes. (Só a professora Inês é que teve de adiar...) E a POESIA aconteceu!... 
Ia em muitos livros, em CDs... e até nos bolsos!...
Primeiro ouvimos uma canção, de A Casa do Silêncio, do Bando dos Gambozinos. Em ritmo de jazz, a faixa 6 contava a odisseia de um simples botão, vejam lá! Imaginam que ali se podem expressar sentimentos? Ui, tantos!!!
Versos, estrofes, quadras, onomatopeias, etc, etc... - nada é já segredo para esta turma de 4º ano. Contudo, escutaram, fascinados, os poemas lidos: jogos com letras, palavras, sinais de pontuação, números, sons e ritmos, formas... e sempre em busca de sentimentos.
Os poemas daqueles livros saltavam dos bolsos para o quadro, que foi ficando cheiinho de poesia...
Para terminar, a voz de José Fanha, num dos seus Poemas para um dia feliz: Todos os dias, de Saúl Dias. (A faixa 23.)
E para terminar, imaginámos o prolongamento do poema.
Que bonita mensagem, estes meninos nos deixaram!

Todos os dias nasce um novo dia para a felicidade.
Todos os dias acordamos com alegria.
Todos os dias nasce um sol brilhante.
Todos os dias, há um arco-íris colorido no céu.
Todos os dias, há um dia bonito para viver.

- Alguém duvida?...
- Quem acredita, vai tê-lo, sim!


quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Histórias bem humoradas...

Há gelo no alto das montanhas. 
Sabes porquê?
Vou citar o que li... como prometi aos meninos do 6º ano da EB 2.3 Conceição e Silva.
(Uma prenda, esta aparente lenda... sorridente...)



A montanha


A primeira montanha que houve no mundo era uma montanha muito ambiciosa. A primeira montanha que houve no mundo queria ser ainda mais alta do que já era. Começou a crescer, a crescer, a crescer, e cresceu tanto que deu com a cabeça na Lua. A montanha ficou com um galo enorme, e pôs gelo para aliviar.
É por isso que hoje as montanhas mais altas têm gelo no cume.



Pinto & Chinto, Contos para meninos que adormecem logo a seguir, Kalandraka



David Pintor (Pinto) escreveu
Carlos López (Chinto) ilustrou

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ler a meias... através do tempo...

Hoje, na E B 2.3 Conceição e Silva, o desafio era mediar leitura em duas turmas de 6º ano, pegando no lema do Mês das Bibliotecas Escolares 2012: «Biblioteca, uma chave para o passado, presente e futuro.»
Para mim, era ponto assente percorrer as três eras:
  • Passado: livros manuscritos, com iluminuras; livros impressos e encadernados a couro; contos tradicionais, provérbios e lendas...; clássicos, nomeadamente de um passado recente... Património oral e papel. Alguns objetos em desuso, tais como a cassete ou a velhinha disquete (que já ninguém reconheceu)!
  • Presente: variedade de autores, mais ou menos jovens, e múltiplos suportes: livros, e-readers, computadores... CDs, DVDs, pen...
  • Futuro: uma incógnita. Os autores deixam-nos a sua obra, mas quais deles continuarão a ser publicados e lidos? Uma coisa se sabe: os contos tradicionais permanecerão. Em livro ou e-book"O futuro a Deus pertence", diz o Povo. Neste caso, depende ainda dos homens e das tecnologias...
Criar uma caixa-mistério, com uma gaveta para cada época, foi uma solução prática e engenhosa que suscitou o interesse geral.
O apelo à imaginação foi feito com a ajuda de Manuel António Pina: 

Basta imaginar, 
um pássaro para o aprisionar,
e depois imaginar o ar para o libertar
e imaginar asas para ele voar
e imaginar uma canção para ele cantar.


A imaginação dos jovens ganhou asas ao tentarem adivinhar o que era aquilo que ali estava tapado... O mistério foi-se desvendando à medida que cada gaveta foi aberta... 
E ao mesmo tempo desfiaram-se leituras, histórias sobre os autores e sua época e muitas conversas... Mais não porque eram só 90 minutos!   
Os jovens presentes tinham fama de agitados. A verdade é que se deixaram seduzir... Renderam-se à  curiosidade... Desfrutaram do prazer de ver, ouvir contar, escutar excertos, antecipar finais...
Quais as obras? 
Esclareço que fiz sugestões muito diversas: para leitores e não leitores, para quem gosta de humor ou de temas mais sérios... Ei-los (poucas diferenças houve, de turma para turma): 
  • Afonso Cruz, Os livros que devoraram o meu pai, Caminho
  • Álvaro Magalhães, O livro que se lê de olhos fechados, ASA
  • António Torrado, A nau Catrineta, Civilização
  • Ilse Losa, A minha melhor história, Editora Nova Crítica (ou O mundo em que vivi, Afrontamento)
  • José Fanha, A namorada japonesa do meu avô, Gailivro
  • Manuel António Pina, O pássaro da cabeça, A regra do jogo
  • Miguel Sousa Tavares, O planeta branco, Oficina do livro
  • Pinto & Chinto, Contos para meninos que adormecem logo a seguir, Kalandraka
  • Sophia de Mello Breyner Andresen e Pedro Sousa Tavares, Os ciganos, Porto Editora
Sophia encantou a plateia, com o seu conto recentemente publicado. Sem termos lido o final escrito pelo seu neto Pedro Sousa Tavares, Os Ciganos deixaram sementes de escrita.
Foi muito gratificante esta manhã, passada na minha escola e na minha biblioteca!
(Notícia aqui.)

Nota final: Acabei ontem de fazer, na Biblioteca Municipal de Palmela, uma formação de cerca de 6 horas, Maletas itinerantes  - valor educativo-pedagógico, a qual me ajudou na preparação desta sessão. Sem dúvida que a solução das gavetas me resolveu o problema logístico do entrecruzar de várias eras... 
Agradeço aos seus organizadores: RBE, SABE de Palmela, Serviço Educativo do Museu Municipal de Palmela e ENA. E, em particular, à "Xana das Gavetas".
(Fui pesquisar informação sobre a Xana. Aqui está!)


sábado, 13 de outubro de 2012

Vamos escrever a meias? Se eu fosse um livro...

(imagem da NET)

No Ler a meias...os alunos foram convidados a observar ilustrações de André Letria, do álbum Se eu fosse um livro, sem conhecerem o respetivo texto, de José Jorge Letria.
Soltaram a imaginação e queriam dizer muitas, muitas frases... E assim escrevemos a meias. Verdade seja dita: eles disseram e a professora Mafalda Rodrigues registou. 
Agora é a vez da Mediadora deixar aqui gravada a nova obra!
Convidamos todos a lê-la, incluindo os autores (pai e filho), a quem damos os parabéns pela sua obra original, pedimos autorização para a usar e agradecemos...

                              4ºA da EB1Conde de Ferreira, da profª Isabel
                              4º B da EB1Conde de Ferreira, da profª Inês
                              4ºA da EB1 Feliciano Oleiro, da profª Mercedes
                              4º B da EB1 Feliciano Oleiro, da profª Conceição 


Se eu fosse um livro...

1 Se eu fosse um livro... 
...gostava de ser misterioso.
…de ter um milhão de informações dentro de mim.
…gostava que o leitor entrasse dentro de mim…
…que encontrasse uma passagem secreta
…e que me lesse todo.
…gostava de ser lido muitas vezes.
…queria ser o rei dos livros!

2 …gostava que nenhum cão me estragasse.
…queria contar histórias da natureza.
…e saber muitas coisas sobre animais.

3 …Queria que me levassem à rua e me tratassem como um animal de estimação.
 …não queria ser arrastado pelo chão.

4 …gostava de andar com o leitor para todo o lado.
…de lhe fazer companhia em todas as viagens.
...não queria ser atirado para um canto, de qualquer maneira.

5 …queria ser levado para onde as pessoas gostassem de ir.
…não queria ficar à chuva e ao vento como uma tenda.
…gostava que me lessem toda a noite, à luz do luar e das estrelas.
…gostava que dormissem comigo.

6 …gostava de ser uma escada com muita informação.
…gostava que subissem as minhas escadas que são os meus capítulos.
…gostava que me subissem para me lerem todo.
 
7 …gostava que me agarrassem para me ler, sempre que pudessem.
…gostava que caminhassem entre as minhas palavras.
...gostava que me fizessem cócegas.
…gostava de conhecer bem o mar e ir lá buscar letras para contar histórias bonitas.
…gostava de contar histórias de terror.

8 …gostava de ser um diário bem fechado.
…e bem guardado num estojo.
…mas queria ser aberto.
…queria que me lessem em silêncio.

9 …gostava de me proteger com uma capa como faz o caracol.
…gostava de ser lido devagar…
…gostava de ser lido em casa, calmamente.

10 …gostava que me abrissem e me deixassem falar
…não gostava de contar histórias que metessem medo.

11…gostava de ser um labirinto de palavras que toda a gente lesse.
…queria que me tivessem em todas as casas.
…não gostava que todos fossem iguais a mim!
…queria ser popular!
…gostava de viver na cidade dos livros, que é a biblioteca.
...queria ser um Centro Cultural.

12 …queria que navegassem em cima de mim para aprender mais.
...queria que mergulhassem muito fundo para ler as minhas palavras.
…gostava de ser como uma piscina cheia de histórias.
…não queria cair à água.

13 …gostava que brincassem comigo.
…gostava de voar.
…e ser lido no ar...
…gostava que os pássaros também me lessem.

14 …gostava de estar num jardim de livros.
…gostava de crescer muito!
 …gostava de ser lido pelas flores.
…gostava que me tratassem como a uma flor.
…gostava de multiplicar as rosas do jardim.
…gostava de ter em mim histórias lindas como rosas.

15 …gostava de ser o mar.
…navegado pelos marinheiros.
…que navegassem nas minhas páginas.
…e descobrissem coisas novas.

16 …gostava que quem me lesse iluminasse as minhas páginas.
…e gostava de iluminar as pessoas que me lessem.

17…gostava de voar, voar e ver o mundo.
…gostava de escrever sobre o ar.
 …gostava que os aviadores me levassem para me lerem nas suas viagens.
…gostava que voassem nas minhas letras.
…gostava de passar por entre as nuvens para as gotas me lerem.
…e gostava de ser lido pelo vento.

18 …gostava que cuidassem de mim.
…queria ser um livro com muita informação para varrer as respostas erradas.

19 …gostava de ser grande.
…que fossem curiosos para me lerem.
…que as pessoas me lessem com atenção.
…gostava que o leitor ficasse preso a mim.
 
20 …gostava de estar preso para não me perder.
…não queria ser roubado.
…não queria ficar amarrado.
…gostava de ser lido sempre no mesmo lugar.
…gostava de ter o leitor colado a mim.
…queria que me recordassem.

21 …gostava de contar histórias de cavaleiros.
…gostava de ser um cavalo para me montarem e me conhecerem melhor.
…gostava que me cavalgassem para me lerem.
…queria cavalgar ao vento.
…gostava que se divertissem com as minhas histórias.

22 …queria ser um comboio de histórias.
…gostava de transportar todas as pessoas.
…gostava que me lessem na estação e durante a viagem.
…gostava que viajassem nas minhas palavras.

23 …gostava de ser um castelo e sentir-me protegido.
…gostava que muita gente vivesse em mim.
…gostava de me defender de quem me quisesse fazer mal.
…gostava que lutassem por mim, para ficarem comigo.

24 
"Se eu fosse um livro...
...não me importava de ir para uma ilha deserta com um leitor apaixonado."

 25 …gostava que me ligassem a um computador e que me lessem.
…ou então a outro ecrã qualquer: iPad, telemóvel...

26 …gostava de ter montanhas de informação.
…e que os leitores subissem até ao topo.

27
 "...gostava de ouvir alguém dizer: Este livro mudou a minha vida."