domingo, 30 de setembro de 2012

Música e tradição: Pastor da Transumância

Videoclipe de uma música cuja letra alude à transumância na Serra da Gardunha. 
A imagem, com o seu reconhecido poder, facilita o entendimento desta tradição ancestral. 
A apresentação deste teledisco fez parte do programa da Festa dos Chocalhos 2012, em Alpedrinha, à qual me referi no artigo anterior deste blogue.




quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Peregrinando entre pastores...


O concelho do Fundão reviveu, recentemente, uma velha tradição: a "Festa dos Chocalhos", em Alpedrinha. 
Trata-se de uma vila situada na encosta da Serra da Gardunha. Em meio rural, terra de pastorícia, anualmente dali se viam rebanhos subir a serra, no verão, em busca de alimento, e fazer o caminho inverso até à planície, no inverno, quando o frio apertava e as pastagens escasseavam. O som do chocalho servia para ajudar a localizar alguma ovelha tresmalhada, apesar da vigilância atenta do pastor e do seu cão... 
Hoje, entre o Fundão e Alpedrinha (distantes de cerca de 10-12 Km), palmilhando estrada alcatroada, caminhos pedestres e antigas vias romanas,  recria-se a transumância, pretendendo manter viva esta memória das práticas pastorícias, assim se preservando o património cultural da região.
De muito mais é feita esta festa popular: a multidão aflui àquelas ruas empedradas e estreitas, onde abundam artesanato e comes-e-bebes, com a permanente animação da música ruidosa e alegre de bombos e gaitas-de-foles... Não faltam Zés-Pereiras, concertos, workshops... 
Este ano, construiram-se instrumentos musicais pastoris, fabricou-se queijo, experimentaram-se teares... Desfilaram cães de proteção de rebanhos. Jerónimo Augusto lançou o seu livro O cão da Serra da Estrela. Projetou-se um documentário de Tiago Pereira sobre a transumância, ao mesmo tempo que Ti-Mário, protagonista do filme e pastor da aldeia do Telhado, tocava ao vivo, em palco. Maria Altina Martins expôs tapeçaria, no Palácio do Picadeiro. O pastor é uma das suas obras que integra a exposição Por canadas de Foz Côa, patente até 14 de outubro próximo.
Pela 1ª vez, fui. Deambulei pela vila, vi, ouvi, assisti, provei... caminhei!
Nada me impressionou tanto como aquela peregrinação atrás de pastores, carneiros, ovelhas e cães da serra da Estrela, através de ancestrais caminhos de transumância... Escuto ainda os chocalhos tilintando em coro uma ritmada melodia que convidava ao silêncio, compassava os passos, suavizava o esforço, permitindo que a atenção se centrasse na paisagem, na flora, na cor e no perfume dos campos... 
Andarilha-peregrina, grata à Natureza.

(Este vídeo demonstra a minha descrição. Se bem o visionarem, lá me poderão descobrir, bem de relance, mostrando o meu bordão improvisado...)



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Setembro, férias...

Voltou setembro, o mês das doces tonalidades, das amenas temperaturas, tempo de vindimar férias e voltar à escola... 
Setembro é o meu mês, aquele em que adiciono um ano aos anos já vividos... Então saboreio os últimos dias quentes de verão com serenidade. E destino o mês inteirinho a negar a pressa de planear um novo ano de trabalho... 
Setembro é quando verdadeiramente admito que estou aposentada. Gaivota voando livre...
Estou decidida a continuar a exercer voluntariado de mediação de leitura, em bibliotecas escolares... Mal pareceria abandonar esta atividade que me é tão grata justamente em 2012, no ano dedicado ao Envelhecimento Ativo...
Tenho já duas reuniões agendadas, em dois dos Agrupamentos de Almada.
Outubro é o mês das bibliotecas escolares. Oportunidade para recomeçar a Ler a meias...
Não tarda, terei novidades.
Até breve!


terça-feira, 11 de setembro de 2012

São palavras...

Com uma palavra te chamo.
Entre palavras, cresce a amizade.
Com elas se acorda a imaginação, constrói-se conhecimento.
As palavras são música e poesia. 
Produzem encanto, desencanto. Como por magia.
Viajam pelo ar, de boca a orelha. 
Buscam um qualquer suporte que as retenha, que as leve para longe, looooonge...., infinitamente.
Cantam e contam. 
Adormecem, despertam. Ensinam. 
Entristecem, alegram. Consolam, encorajam. Aprovam ou desaprovam. Emocionam. Acarinham. 
Salvam!
Propõem partilhas. 
(Em Beja, são Andarilhas.)
E são tantas! E cada qual multiplicando suas formas e sentidos!
São tesouro. Pátria. Talvez Frátria, Mátria...
- Mãe! - chama a Maria, do alto do seu ano e picos..., pois já fala!
Não constitui novidade: qualquer filho repete este chamamento, vezes sem fim. Qualquer mãe sabe bem que é exatamente a ela que o seu filho recorre, em qualquer situação, ocasião e momento do dia... 
Para a Maria, porém, Mãe é palavra universal. Significa Já acordei!, Quero sair daqui!Chega-me isso!Dá-me!Ajuda-me!, Socorro!... Um pedido, seja ele qual for, ao deus-dará...
Sendo só uma, Mãe vale por todas as palavras...