quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Dúzia e meia de anos mais tarde...

Certo dia, o filho de vinte anos entrou em casa anunciando novidade. Pelos rodeios, era coisa séria. Mas não recuou: vinha determinado.
Com a inquietação de quem teme o teor de declarações titubeantes, ainda que decididas, escutámos. 
Um casal de jovens estudantes, um curso por fazer, um emprego por haver... um bebé por nascer.
Íamos ser avós.
A natural alegria foi precedida de receios...
Os jovens futuros pais já haviam refletido, arquitetado sonhos e projetos... 
O nosso filho trazia dúvidas e argumentos. Deixava luzir alegria no olhar.
A alegria promete contágio...
As soluções encontraram-se. 
A menina nasceu...
O pai trabalhou. A mãe trabalhou e estudou. Ele fez umas cadeiras hoje, outras amanhã; e ainda assim concluiu o seu curso. Ela fez o curso de um fôlego; construiu carreira...
Pais tão novos quanto maduros, sempre consideraram a sua filha como o Factor X a ponderar, antes de toda e qualquer decisão... E muitas e variadas foi preciso tomar, ao longo dos anos.
A viagem da vida desuniu e uniu famílias, aproximou novos familiares e amigos. Fez somar casas, escolas, colegas. Desbravou caminhos, multiplicou experiências.
A neta é hoje Menina-Mulher: de menina conserva a ternura; de mulher, a graciosidade e o sentido de responsabilidade.
Completou dezoito anos. É maior. 
Na sua festa de aniversário, que permite que todos nos entrecruzemos em alargado convívio familiar, pediram-lhe um discurso, no momento de brindar... Com pouca vontade de falar em tom solene, numa dúzia de palavras proferiu uma síntese simples, significativa, tocante: «Obrigada a todos pelos dezoito anos maravilhosos que me ajudaram a viver.»
Pude contribuir com o meu quinhão.
Sou avó feliz. Orgulhosa.
Obrigada, Íris.
Parabéns!


Foto: Macieira em flor, de Joaquim Chaves

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Homenageando Maria Alberta Menéres

A Escola dos Caranguejais tinha ontem duas turmas de 2º ano à minha espera, na sua Semana da Leitura. O desafio era homenagear Maria Alberta Menéres. Um convite lançado há meses pelas Professoras Bibliotecárias Margarida Pinho e Sara Cacela.
Deu-me tempo… Reuni sem pressa diversos livros meus da Autora e, recentemente, dispus-me a lê-los e relê-los. 
Deixei-me seduzir pelo Retrato em escadinha: autobiográfico, divertido, com uma história à volta da História da fotografia… Boa ideia! Casualmente, ao folhear a antologia De que são feitos os sonhos, tive a boa surpresa de ver reproduzido o retrato que deu origem à narrativa. Perfeito!











Quem faz hoje anos? sugeriu-me outra ideia: presentear os meninos nascidos em cada mês do ano com uma das quadras relativas ao seu mês, uma difícil seleção da minha autoria… Optei pelas cómicas, pelas poéticas..
Estava traçado o plano, mas não bastava: fiz ainda algumas pesquisas, uma ou outra impressão… Remexi velhos álbuns de fotografias minhas, selecionei o que me pareceu oportuno… Para boa companhia, a minha museológica Kodak Brownie Reflex e o respetivo rolo... Agora sim! Tudo a postos.
As sessões desenrolaram-se tal e qual a planificação (sempre flexível!). E esta resultou, como eu previra. Despertando embora reações diferentes, consoante o grupo, revelaram-se idênticos a concentração e o prazer. 
A 1ª turma riu a bandeiras despregadas, desde o primeiro momento; interveio, opinou descontraidamente… A 2ª turma levou o seu tempo a perder a timidez, a intervir, a rir… E, por fim, estes meninos foram espontâneos  a querer dar desenhos, trabalhinhos em plasticina, cada qual improvisando um miminho, em demonstração de reconhecimento e simpatia…
Tudo graças a Alberta Menéres.
Obrigada a todos, Miúdos e Graúdos dos Caranguejais! Pelo convite, pela receção, pelo carinho…
Parabéns e obrigada, Maria Alberta!


Nota: Esta homenagem a Maria Alberta Menéres foi reproduzida posteriormente em outras cinco sessões, em mais duas escolas do Agrupamento D. António da Costa, igualmente durante as respetivas Semanas da Leitura: EB1 de Almada e EB1/JI da Cova da Piedade . 
Decorreu idêntica homenagem com uma turma da EB1 de Casal de Bolinhos (Agrupamento de Azeitão).

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Aventura, Ventura e Desventuras de uma Mediadora de Leitura

A aventura, essa explica-se em duas penadas: foi a criação de uma Comunidade de leitores do 3º ciclo, propondo ao grupo a leitura de um livro, mensalmente, como ponto de partida para reflexão, debates, leituras em voz alta, jogos de improvisação… Livros escolhidos pelo grupo, claro, de entre uma variada lista fornecida, fazendo-se previamente a respetiva divulgação, com o apoio de uma Mediadora… (Eu..., exterior à escola…)
Não haver inscrições?... Haver desistências? Tudo isso foi previsto e calculado…
E, de facto, aconteceu: na António, houve uma inscrição… e a Comunidade não se formou. Na Navegador Rodrigo Soromenho, o suspense manteve-se até ao último minuto. Estavam dez jovens, na primeira sessão;  oito, na segunda…
Ventura?
Estes adolescentes lêem. São empenhados, interventivos… Sentiu-se empatia, alegria, em ambas as sessões. Falaram apaixonadamente das suas leituras. Colaboraram animadamente na eleição dos livros a ler… Ficou tudo decidido!
Da primeira para a segunda sessão, assinalou-se uma desistência, logo compensada pela entrada de um novo membro. 
(Duas amigas faltaram. Voltariam?)
Desventuras: também as há. Várias. Constrangimentos não faltam!
Os membros da Comunidade de Leitores de Sesimbra, para mais tratando-se de uma atividade voluntária e não curricular, não fazem tenções de comprar os livros. A biblioteca escolar não dispõe de exemplares suficientes de cada livro…
Os alunos são de várias turmas; só é possível reunir todos à 4ª-feira, o dia com dois tempos sem aulas, na escola, tempo esse destinado a todas as atividades e clubes… 
Involuntariamente, disputo o espaço do Clube de Teatro, neste “meu dia”…
Nem sequer as questões logísticas estão garantidas! Para três sessões, três salas diferentes… Impossível criar rotinas.
Eu não tinha ainda referido a 3ª sessão. Foi mesmo hoje.
Havia um conto para ler... 
Se calhar, não o leram. Se calhar, foi por isso que faltaram e só dois jovens compareceram. Ou talvez fosse por outra razão qualquer: testes e trabalhos por fazer? Alguém doente? Uma qualquer greve de transportes afetaria Sesimbra?...
Uma coisa é certa: por isso eu adiei a sessão. Por uma semana, até ver…  Voltarei, a não ser que se revele missão impossível…
Porque vale a pena. 
Não acham?


..........
Notícia da 1ª sessão: aqui.


Página do Facebook criada para a nossa comunicação à distância (ainda não divulgada):
http://www.facebook.com/pages/UmLivroDebaixoDeOlho/127213937348055


Uma página anteriormente criada no Hi5, já divulgada, mas não participada...: http://1livrodebaixodeolho.hi5.com/friend/p560299657--M_Caeiro--html;jsessionid=27EC5A58AB1078DF46C24C2976A4795D

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Internet Segura...

Foto: Portal Fersap
Pelo oitavo ano consecutivo, a rede europeia Insafe promove o Dia da Internet Segura, hoje, dia 8 de Fevereiro.
O objetivo é tornar a Internet um espaço mais seguro para os seus utilizadores, em especial as crianças e jovens.
Dadas as potencialidades desta ferramenta, não isenta de perigos, a chave não está em dificultar o acesso ao mundo virtual, mas sim em formar para uma utilização responsável e segura. 
E quem tarde se iniciou nestas andanças de computadores, sendo ainda um jovem utilizador (seja qual for a sua idade), está em tempo de aprender, a par dos mais novos. 
Fala-se hoje em dia de livros crossover: aqueles que são à partida escritos para jovens e que os adultos leem também com prazer. Os livros dos 7 aos 77, uma fórmula que os editores bem gostariam de descobrir.  
A promoção da Internet Segura deve ser, necessariamente, uma aprendizagem crossover...

  • Ver alguns conselhos, aqui
  • Em baixo, um vídeo do Comité Gestor de Internet (Brasil).