sábado, 22 de novembro de 2014

Um saltinho ao Lar...

Lar de Brejos de Azeitão/Entrada de serviço - Chove!
Aquele é um lar espaçoso e acolhedor, com muita luz e paredes alegres, sem qualquer ar infantil, inserido em ampla zona verde onde nem sequer um lago falta...
Atividades, muitas: ginásio, biblioteca (com um clube de leitura), cinema, tecnologias, expressões artísticas, artesanato... Nalguns casos, há residentes responsáveis pelo respetivo funcionamento ou dinamização. Um museu ali, imaginam?! Neste lar expõem-se trajes e acessórios, móveis, objetos diversos..., afinal tudo aquilo que os residentes doam, que ilustra memórias de vida e documenta a história do século, conservado num enorme salão em ordem, asseado, com entrada franca...
As visitas são bem-vindas, nomeadamente se são netos da casa, com toda a sua alegria. Mas também há lugar para mais um à mesa, mesmo de surpresa! E com pratos por onde escolher, inclusivamente menu de dieta.
Ignoro preços. Não poderá ser pechincha! O certo é que cada pessoa é tratada com conforto e dignidade, como é justo que seja. Como todos deveriam e têm o direito de ser.
Do boletim do Lar, transcrevo um excerto em que o seu redator, José Mota, parafraseia Gabriel García Marquez e uma sua obra, referindo-se aquele a residentes recém-chegados:
Sem anos de solidão
«(...) SOLIDÃO, coisa que já não vai acontecer a quem escolheu ingressar no Lar Sams / Sbsi de Brejos de Azeitão. As famílias é que vão sentir a falta de alguém à mesa, a solidão de um sofá vazio e a saudade de uma presença que se tornou ausência e, por isso,  o Lar, aos fins de semana principalmente, tem uma vida diferente com as visitas que enchem os nossos espaços... e sente-se gente apressada caminhando com desenvoltura... há crianças, jovens e adolescentes que mesmo sendo por vezes irreverentes e buliçosos, nos dão a certeza que os nossos últimos anos, mesmo que não cheguem aos cem, serão anos sem solidão (...)»

Quem seguir José Mota por uns momentos, facilmente concordará: nem solitário nem com um minuto a perder, entre os seus hobbies e muitas solicitações, sempre rodeado de gente amiga!...
Afirmou André Malraux: São precisos sessenta anos e não nove meses para fazer um homem. Passo a pergunta a Conceição Taurino (senhora arguta que muito medita): não será antes uma vida inteira?

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