terça-feira, 2 de maio de 2017

Piratas num mar de leituras...

Com o 6ºD (ou C?), na escola Anselmo de Andrade, a sessão foi partilhada: os jovens levaram poemas para ler e intervalaram as suas leituras com as da mediadora de leitura.

Houve uma conversa inicial:
- Como definem os dicionários a palavra "pirata"?
- Como imaginamos (e porquê) a representação de um pirata?
- Desde quando há memória de piratas? E quando se criaram leis contra a pirataria?...
- Hoje em dia, ainda há piratas?
(Se há! Piratas informáticos, piratas do ar... E há também leis que condenam essa atividade.)

Assumindo um tom divertido, para hora e meia de prazer na biblioteca, começámos pelo nonsense de O pirata Muitabarba.
A ilha do tesouro, uma obra clássica universal, foi a segunda história a ser lida, depois do poema de um dos alunos. (Ver o filme?, ficou a sugestão.)
Um poema de Álvaro Magalhães, com o mesmo título, veio mesmo a propósito...
Depois de uma alusão a A nau Catrineta (que já conheciam), rimos, então, com A nau mentireta...
Entre as diversas leituras, como já sabem, foi a vez dos alunos lerem o seu poema (ou excerto), previamente escolhido.

E a sessão terminou com toda a turma a folhear um mar de livros da sua biblioteca, a selecionar, decorar e dizer uma frase à escolha, com a professora Vanda Cândido a registar tudo o que podia... e, por fim, a ler o cadavre exquis daí resultante, bem bonito e divertido, por sinal.
Surrealista, claro!

             «Era uma vez uma menina que nunca vira o mar
              O pirata ergueu a cabeça e começou a gritar
              Olhos da cor do mar
              Há mulheres que trazem o mar nos olhos
              Perguntando uns aos outros qual era o caminho do mar

              O mar já tinha atirado muitos dos corpos para a praia
              Os marinheiros repetiam em coro o empolgante refrão de Silver
              Que aconteceu? Quem sou eu?
              Preparámos a ceia, depois anoiteceu
              E na praia nos deitámos.

              Três cruzes a vermelho, duas a norte, duas a sudeste
              Chovia e trovejava
              E o barco vinha quase vazio
              Com ondas abertas e muitas viagens.

              Durante vinte e um anos naveguei.»

À despedida, depois de uma avaliação oral da sessão, um adeus terno, agradecimentos generosos e votos de bom final de ano letivo e melhores férias...
Foi muito bom estarmos juntos no meio deste mar de leitura, entre piratas...


Bibliografia:
Álvaro Magalhães, O limpa-palavras e outros poemas, ASA
Luísa Ducla Soares, A nau mentireta, Civilização
Pinto & Chinto, Contos para meninos que adormecem logo a seguir, Kalandraka
Robert Louis Stevenson, A ilha do tesouro, Verbo



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