sábado, 5 de maio de 2012

Ler a vida..., a meias...

Voltei. 
Desta vez, foi lendo o poema Vida, de Teresa Guedes (do livro Real...mente...), isto é,  foi com muitas interrogações que esta segunda sessão com os jovens da Arrentela começou
«O que é mesmo a vida?
É respirar?
É sentir?
É o bater do coração?
É inventar prazeres?
É entusiasmar-se?
É ter uma missão a cumprir?
É encaixar-se em rotinas?
É deixar obra feita?
É uma insatisfação permanente? 
(...)»
Ninguém arriscou respostas nem se fizeram novas perguntas... Afinal pode ser tudo isso; no entanto, como canta Sara Tavares...: 
Sei que posso fazer tudo
Mas nem tudo me convém
Tenho liberdade p'ra viver
Minha vida, mal ou bem.
A seguir, seguimos o fio de uma vida, vendo/lendo o álbum Eu espero, de Davide Cali e Serge Bloch. Vimos crescer aquele menino: a infância (e seus prazeres), o amor, a sexualidade, os filhos..., filhos estes que crescem recomeçando todo o ciclo, tal como as estações... E aí ressaltam paz e guerra, saúde e doença, morte e vida...
Estes jovens encaram a sua vida assim?
No 8ºA, uma Moça afirmou : "Eu não quero ter filhos", posição corajosamente assumida e justificada (talvez não irrevogável). 
O amor, a velhice e a solidão foram os temas que mais os tocaram. E a  promoção da leitura seguiu esse rumo. 
Foram lidos títulos, contracapas, contos, excertos... Rimo-nos com As gajas são lixadas e comovemo-nos com Para sempre (do livro Diário inventado de um menino já crescido, de José Fanha). Espreitámos Beija-mim, de Jorge Araújo e O assalto, de Mia Couto (um dos contos de Na berma de nenhuma estrada).
Por fim, cantámos duas canções dos Xutos e Pontapés.
E não saímos sem fazer uma avaliação da sessão, ainda que apenas oralmente (não havia tempo para mais...).
Pessoalmente, senti que se deixaram envolver e apreciei a recetividade e participação dos jovens de ambas as turmas.
Por sua vez, eles manifestaram o seu interesse e apreço.
"Gostei. Foi outra vez muito fixe." - veio dizer-me simpaticamente, em particular, um jovem do 8ºA.
Idêntica, em tudo, foi a avaliação do 8ºC. (A fotografia tirada à despedida, já depois da sala arrumada, foi um acaso feliz...)
Descobri (com surpresa e prazer) que tenho uma leitora assídua do blogue, no 8ºA, concretizando-se, deste modo, a promoção da leitura em vários suportes...
Prometi-lhes que a notícia destas sessões seria aqui registada, mas "só no domingo". (Cumpri!)
Então..., até para o ano! ;-)
Por agora, resta-me desejar-vos garra para enfrentar o futuro e... uma vida cheia de boas opções!

2 comentários:

Bruna Malhou disse...

É com grande alegria e admiração que recordo com muito carinho as duas sessões...
Lamechas, eu?! Será?! Não sei, se calhar é mais sensibilidade, acredito que sim! Sempre que a oiço falar, desperta sempre algo de bom em mim, emoção, prazer, vontade de me libertar e me entregar a uma vida com altos e baixos com muita mais força! Gostava de lhe poder descrever...mas acho que sou incapaz, não por vergonha, não...claro que não...simplesmente não sei como posso/devo de chamar a uma pessoa que aparece em minha frente sempre nos momentos certos, com uma alegria, uma paixão fora do normal, sem vergonhas, receios, incertezas...não sei...mas quando encontrar um adjectivo capaz de conter todas estas realezas eu prometo que daqui a uns dias...meses...anos...se calhar daqui a milénios...o ouvirá!Poderá até não ser dito por minha boca, mas ouvirá de certeza absoluta!...
Bem, aqui deixo o meu parecer...Não quis ficar calada, senti-me na obrigação de pelo menos agradecer!

Obrigado!
Obrigado por fazer acreditar que a vida pode ser vivida de uma forma que a razão desconhece...(inspirado) *.*
Felicidades!!
(Aluna do 8ºA)

Manuela Caeiro disse...

Bruna, muito obrigada!... Apetecia-me responder-te simplesmente que me deixaste "comovida e sem palavras"... (o que é verdade). Mas seria demasiado pouco; mereces muito mais!
Quero começar por te dar os parabéns por te exprimires com tanta espontaneidade, clareza... e emoção.
E quero sobretudo afirmar-te que o que me dizes dá sentido a este meu projeto de vida... e faz-me acreditar que vale a pena prosseguir. (Devolveste-me força, também!...) Foste muito querida: muito obrigada!