Era dia de futebol.
Ao
chegar a casa, deparei-me com festa nas proximidades, em local inusitado...
Seguramente, mais de uma dúzia de pessoas sentadas à mesa, vozes alegres, crianças
brincando, bandeiras da Lusofonia desfraldadas – Cabo Verde, Brasil e Portugal –
lado a lado, unidas.
Comemoração à mesa. Sabores de aquém e além–mar. Chouriço
assado na brasa, salgadinhos, salada; arroz, farinha de mandioca, em receita
saborosa; pastéis de nata...
Por fim, arrumação e limpeza, com grande ligeireza e espírito de cooperação. O pátio rapidamente ficou “como novo”.
Era
dia de aniversário, domingo, por sinal dia de futebol.
Torcia-se
(sofria-se) por Portugal: quer sendo país
natal quer país de acolhimento… Sensibilizou-me! Avistei gente conhecida.
Aproximei-me. “Para um brasileiro «quantos mais, mais…»” (Fui bem acolhida.)
Reuniam-se ali várias famílias (parte delas,
multiculturais), seus vizinhos e amigos, gente que por cá reside e resiste.
Talvez fossem todos migrantes, até mesmo os portugueses! Como eu, inclusive.
Emoção. (Maior entre os que se sentaram na 1ª fila; menos
acentuada entre os conversadores da linha intermédia ou ainda entre o grupo das mães, lá atrás.)
Uma única voz discordante apoiava a equipa adversária,
com assumida simpatia pela Holanda – e certamente também com desejo de
espicaçar o nervosismo alheio, em jogo decisivo…
Cada golo (dos nossos)
prodigalizou brados de alegria, palmas. Beijos, abraços, famílias enlaçadas. A
vitória fez redobrar carinhos e manifestações de alegria, cada qual
sentindo-a muito sua.
Por fim, arrumação e limpeza, com grande ligeireza e espírito de cooperação. O pátio rapidamente ficou “como novo”.
Duplo pretexto para
festejar, animadamente.
Data duplamente memorável.