Assistimos pela televisão, a preto e branco...
Quem não tinha televisor, acorreu a casa de um generoso vizinho mais abonado, com posses para pagar o aparelho e a taxa mensal, ou então ao café mais próximo... ou talvez se tenha mesmo limitado a ver, incapaz de ouvir, de olhos postos numa montra de electrodomésticos com uma ou outra TV ligada, como técnica de vendas...
Um feito que fazia crescer o entusiasmo.
Grassava alguma incredulidade: «Será que foram dar a outro lado e julgam que estão na Lua?...» Dúvidas de gente de boa-fé.
Com a desconfiança própria dos homens informados que não encontram respostas para as suspeitas que teimam em desvendar, há quem ainda hoje reúna provas para defender a tese de fraude e conspiração, em que estariam envolvidos Richard Nixon, a NASA e Stanley Kubrick...
O Homem não teria chegado à Lua em 20 de Julho de 1969?!
Não creio.
Há aqueles que não escondem outro tipo de preocupações: «Os Verões já não são iguais, faz frio em vez de calor ou o inverso, chove demais ou de menos?... Desde que os homens se meteram a caminho da Lua...»
Mexeram com as nuvens e, obviamente, influenciaram a Meteorologia?!...
Também não creio.

Porém, tenho crenças.
A Lua é um satélite fiel e influente na nossa vida.
Poderá continuar a receber visitantes, exibir bandeiras, aceitar sondas e câmaras... dispensar pedaços de si que permitirão o avanço da Astronomia e da Ciência, em geral... tornar-se-á cada vez menos misteriosa para o Homem.
Contudo, conservará os seus mistérios...
Assim permanecendo cheia de encanto e magia.
A um ritmo certo, crescerá e minguará... será pródiga de luar e voltará a ocultar-se...
Sucederá ao Sol.
Manter-se-á ligada à noite, ao sonho, à inspiração.
Farta em fantasia.
Como nos habituou.