Recuemos uns anos, não muitos... Lembro-me que era bem diferente a educação.
No campo ou na cidade, às filhas era exigido que colaborassem nas tarefas domésticas, o mesmo não sucedendo aos irmãos da mesma idade...
No intervalo de limpezas, arrumações, cozeduras e coseduras, as mães acorriam ao mercado, à horta, ao canteiro, ao local de onde retirassem sustento... se possível, dinheiro...
As irmãs mais velhas, com seu instinto maternal, cuidavam entretanto dos pequenitos que nasciam... (E se eram numerosos!)
Quantas meninas, por isso, deixaram de estudar! Concorriam razões de peso: importava que se tornassem boas donas de casa, boas mães...; para estudar, elegiam-se os rapazes.
O pai? Era o chefe de família. Assumia naturalmente esse papel... e naturalmente era tratado como tal.
Foi preciso sonhar e lutar para que as mulheres tenham direitos considerados, hoje, banais.
Será preciso persistir para sermos, um dia, verdadeiramente iguais (respeitando as nossas diferenças fundamentais).
Hoje, observo os meus netos primogénitos cuidarem espontânea e pacientemente das suas irmãzitas: colaborando, ensinando, comunicando...
Observo os seus pais (sim, eles!) que participam, cuidam, contam histórias, conversam, brincam, mimam...
Constrói-se igualdade.
O futuro abre-se em esperança!
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