quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Pagar mais imposto é muito bom...


O meu amigo Carlos Aboim de Brito, nos intervalos das suas profissionais traduções, anda a ler Os senhores de Gonçalo M. Tavares. 
Como mensagem de Boas Festas, transcreveu um excerto de O senhor Kraus. ("Premonitório" - afirmava ele na sua mensagem.)
Agradeço-lhe a divulgação que me aguçou a vontade de ler o livro... E vou partilhá-lo aqui e agora. 
Porquê? É simples!
Vamos entrar no Novo Ano e é preciso que o façamos com alegria, cientes que teremos uma vida mais cara e sabendo que deveremos pagar ainda mais e mais, muito mais impostos...
Muito importante sobretudo para nós que decidimos por cá permanecer...


«Pagar mais imposto é muito bom,
para quem paga mais impostos

    - A questão é simples: os impostos servem para melhorar
a vida do país. Certo?  
    - Certo.
    - Portanto...
    - Portanto: quanto mais impostos um indivíduo pagar, 
mais o país melhora a sua qualidade de vida. 
    - Ou seja...
    - Ou seja: quanto menos dinheiro cada pessoa tiver por
 mês para viver - pelo facto de pagar mais impostos - mais dinheiro 
tem o país, no geral. 
(...)
    - Portanto, se o nosso objectivo patriótico é melhorar a qualidade
de vida do país, o que temos a fazer é...   
    - Piorar a qualidade de vida de cada cidadão!
    - Aí está!»

O Senhor Kraus, Gonçalo M. Tavares (2005)

domingo, 11 de dezembro de 2011

À chuva: música e fotografia...

Fotografia a Preto&Branco e uma suave melodia composta por Erik Satie, "Debaixo da chuva", ligam-se neste vídeo...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ler a Meias..., em vésperas de férias de Natal

Quinze dias volvidos, voltei hoje à EB1 Feliciano Oleiro. O tema incontornável foi o Natal. 
Começámos por um "jogo das diferenças", comparando ilustrações do Pai Natal de Abigail Ascenso, Fátima Afonso, João Caetano, Sandra Serra... e Alain Corbel. Que diferença!
Depois falámos da origem da figura do Pai Natal e do significado do presépio... Vimos também ilustrações do Menino Jesus de Danuta Wojciechowska e de Júlio Resende.
A propósito de prendas: em Os três presentes de Álvaro Magalhães, os rapazes oferecem Silêncio, Amor e Alegria a um amigo doente. Os meninos de ambas as turmas pensaram nisso e acrescentaram outras sugestões: os seus textos e desenhos..., 
companhia, miminhos, abraços, beijinhos, sorrisos, felicidade... 


Florinda e o pai Natal, o último livro de Matilde Rosa Araújo, foi lido ao 4ºA da professora Lídia. Este encontro de uma menina de escola com um vendedor ambulante, vestido de Pai Natal, deu para conversar sobre gente que ganha algum dinheiro assim... mas não são "o Pai Natal verdadeiro". (Até se comparou a diferença de significado ao dizer "o" ou "um"! Tudo muda com um simples artigo!)
O 4ºA da professora Isaura escolheu entre este conto e Um homem não chora, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Optaram por este último e não se arrependeram: gostaram muito do suspense, das dificuldades que João Bicudo venceu e do final feliz da história. Uns homens mal encarados ajudaram-no: claro, "quem vê caras, não vê corações" (abaixo a xenofobia!).
Falta contar que os meninos completaram os seus "Apontamentos" (textos e ilustrações, reunidos num livrinho) e leram-nos, muito orgulhosos. Com razão!
Fez-se a avaliação periódica: o Ler a Meias... agrada; portanto, é para continuar!


As estantes da biblioteca, desta vez, estavam cheias: a Feira do Livro da Escola está a decorrer. 
A professora Mafalda, Bibliotecária, não teve mãos a medir!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Livro da vida? Não?!...

Imagem da NET

Desafiaram-me (a mim e não só) para ser fotografada falando do livro da minha vida. Um projeto muito interessante e ambicioso, em jeito de trabalho final de um curso de fotografia... 
Sonhos e persistência não faltam à minha amiga e (experiente) fotógrafa!
O desafio era para mim irrecusável. 
Dificuldades, havia só uma..., imperiosa e suficiente para me impedir de participar: "Livro da vida? Não tenho!"... 
Comprometi-me a procurar algum livro que, de algum modo, em um qualquer momento da vida, tivesse sido para mim essencial... E a minha resposta nada tinha de vago: "Não, não e não"... e permanecia imperturbável, apesar do prazo que se ia esgotando...
...Literatura Portuguesa? Lusófona? Europeia? Daqui ou de Além-Mar?... Poderia ser Literatura Infantil? Os meus lidos e relidos Contos de fadas?... ou a coleção da Condessa de Ségur? (Hei de reler estes últimos para tentar perceber por que gostava eu tanto deles!) 
Enfim, o relógio avançava e nem o pânico da última hora me resolvia a situação. 
Depois, aconteceu... Uma vez, outra vez... Fiquei atenta.
Concluí:
Em momentos do quotidiano, reais ou relembrados, recordo poemas; mais precisamente, frases. Palavras. Lembro-me de livros e leituras que partilhei algum dia com alguém, algures... 
São geralmente versos que me ficaram gravados com a força de provérbios... Assomam ao consciente em certas ocasiões, sem pré-aviso e, por seu lado, transportam memórias de vida. Às vezes sei-lhes a música de cor e esses versos saem inteiros e límpidos; outras vezes, reproduzo a sua mensagem e, de passagem, corrompo-lhes a letra... 
Continuava sem saber qual o livro, mas tinha já "terra à vista" no horizonte.
A partir de então, foi fácil improvisar o "livro da vida" . Dos versos se refazem poemas (pesquisando-os rapidamente no Google ou indo à estante - os livros agradecem)... e uma Antologia Poética pessoal constrói-se. O tempo era já pouco; a recolha ficaria inevitavelmente inacabada, mas ainda assim deu lugar à respetiva impressão, prontíssima para usar à hora marcada.
A sessão fotográfica foi recheada de cliques e de palavras. Versos ditos ou lidos. Pedaços de poemas ou de prosa poética associados, de facto, à forma como sinto o palpitar da vida.  
A fotógrafa, por detrás da lente que se interpunha entre nós, devotava-se ao retrato e também à poesia. (Parecia.)
Um tempo repleto de prazer e partilha de Literatura; poesia com uma pitadinha de filosofia, dando voz aos meus Poetas...  
Um momento "inspirador", segundo a minha amiga. Intenso e inesquecível para mim...

«Não tenhas medo, ouve:
É um poema
Um misto de oração e de feitiço.
..»

«A vida é feita de nadas»

«Quando eu nasci, (...)
Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe…»

«Eu sei que te traí, mãe. (...)
Boa noite.  Eu vou com as aves

«E tudo era possível. Era só querer.»


«Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!»

«São de nada tempestades
Ante a falta que me fazes»

«Quero de ti o que for simples
um aceno um postal
o teu nome numa concha
...»

«O sonho comanda a vida»

«Partimos. Vamos. Somos»

«Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!»

«Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio»

«enquanto um de nós estiver vivo seremos
sempre cinco»

«Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar


«Em qualquer aventura
O que importa é partir, não é chegar


António Gedeão
David Mourão-Ferreira
Eugénio de Andrade
José Luís Peixoto
José Régio
Miguel Torga
Ruy Belo
Sebastião da Gama
Sophia de Mello Breyner
Vasco Gato
E ainda Almada Negreiros (A flor). 
Antoine de Saint-Exupéry (O Principezinho)...

Fotos no Canto dos Leitores de Maria Teresa Teixeira.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Recomeçar: o que um livro passa para aqui chegar!


Reencontrei-me hoje, finalmente, com os meninos da Escola Conde de Ferreira, que estão agora no 4ºA, para relançarmos o projeto Ler a Meias... 
Este ano há novidades: as sessões decorrem na Biblioteca da Escola Feliciano Oleiro que fica mesmo em frente. E então, por que não?, alargou-se esta atividade de mediação de leitura ao 4ºA daquela escola.
Tobias: O que eu passei para chegar aqui! era o livro do dia, de Manuela Bacelar. 
Em ambas as turmas, começámos por tentar adivinhar qual o seu tema, a partir do título. Não faltou imaginação! Ainda assim foi preciso ler para se descobrir que se tratava do próprio livro que passou por muito, até chegar à nossa mão!
Além dos desenhos de Manuela Bacelar, os meninos viram  ilustrações de Alice Jorge, Maria João Lopes, Teresa Lima... Todas diferentes e muito bonitas! 
Capa, contracapa, lombada, guarda, folha de rosto... catalogação...; verso, estrofe, quadra... - foi vocabulário que veio a talho de foice.
A semelhança do trabalho entre as duas turmas ficou-se por aí.
O 4º A da escola anfitriã escutou o poema Golo (do livro Mistériosde Matilde Rosa Araújo) de onde se partiu para uma boa conversa. Inspirados pelos Apontamentos (que Maria Alberta Menéres incluiu No coração do trevo), irão agora escrever e ilustrar os seus próprios "apontamentos", com ajuda da sua professora... 
A outra turma, da professora Isaura, divertiu-se com o poema O computador de Luísa Ducla Soares. E ainda ouviu parte de O mundo num segundo, de Isabel Minhós Martins.
A seguir, foi a sua vez de imaginar coisas que aconteciam naquele segundo...
Ilustraram e escreveram a pares, criando uma página. E com todas elas vamos fazer o nosso livro!

Quem acabou primeiro ainda teve tempo para ler!
Gostaram. Querem mais. "Pode ser já amanhã", afirmou um  deles. A Mediadora prometeu: "De quinze em quinze dias, cá estaremos de novo." Pois então, até breve!








(A notícia dada pela escola aqui está.)

Citação



Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver.


Bertold Brecht



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Novas formas de leitura

Carlos Pinheiro publicou no seu blogue, Ler ebooks, o resumo de uma comunicação (que partilho) em que se debruçou sobre novas formas de leitura
Que o livro não é o único suporte de leitura, sabemos. Mas aqui encontramos uma informação sintetizada, organizada, com novidades...

Os ebooks e as novas formas de leitura (Leva um tempinho! Calma! :-)


Livros miniatura... no CCB

Na Fábrica das Artes, no CCB, está patente, até dia 26, uma exposição de livros miniatura. Partilho um vídeo... 


Já agora, acrescento que estão previstas oficinas e visitas... 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mediando leitura, entre nuvens e sol...

Há dias, voltei ao Agrupamento Conceição e Silva. Desta vez, fui acolhida de braços abertos na "Cova da Piedade 1", a conhecida "Escola da Fundação".
Nuvens cinzentas, vento forte e muita chuva caracterizavam aquele dia de novembro. À última da hora, mudei a planificação e transformei estes elementos da natureza nas personagens principais das três sessões do dia.
A poesia de Eugénio de Andrade: Aquela nuvem e outras... 
O tom alegre e divertido das Cantigas e cantigos, de José Fanha: Viva o Vê!...
Um breve conto de António Torrado: A nuvem e o caracol...
Pelo meio, não faltaram conversas sobre a importância da água e do sol, fontes de vida..., sobre alimentação... E até aprendi com o 3ºC que a água preenche agora o centro da recuperada "Roda dos alimentos".
Excertos de Um livro para todos os dias, de Isabel Minhós Martins, animaram o 3ºA e o 3ºB.
O 3ºC, onde o tempo "esticou", teve direito de escolher entre este e outros  livros: votaram na história O rapaz que tinha medo, de Mathilde Stein, e não se arrependeram!... 
Contaram o que também eles fizeram, no ano passado, para aprisionar os seus medos, mas confessaram que há uns novos, à solta... (Por esta altura, já a professora Rosário os deve ter ajudado, pela certa...)
Retirei de A gata Tareca e outros poemas levados da breca, de Luísa Ducla Soares, o poema para a minha despedida, em todas as turmas: Encontro
"Marquei encontro com o sol esta manhã/(...)/Não vou faltar ao encontro/Até amanhã."
Uma despedida alegre e esperançada de meninos satisfeitos. 
Despedidas de uma mediadora feliz...


Notícia no blogue "Biblioteca & Companhia"

domingo, 6 de novembro de 2011

Viagem à serra: de dentro para fora de nós...

O Teatro O Bando fez anos recentemente, não sei bem quantos... Residem, há uma dúzia de anos, em plena área protegida da Serra do Louro, cercada de olival e ar puro, e com uma bela vista sobre Palmela e o seu castelo, antigos moinhos, montes e vales..., no Vale de Barris.
Foram muitas as peças levadas à cena por esta Companhia. (Veja-se o blogue...) "Inesquecíveis" - dizem aqueles que as presenciaram.
Imaginem agora uma exposição de máquinas de cena pela serra acima, literalmente «Ao relento», dadas ao olhar de quem as quiser recordar ou conhecer (antes que se finem com o devir do tempo, estação após estação, ao sol, vento e chuva, "numa lógica contrária à dos conservadores de museus", como afirma João Brites, o Chefe do Bando...) É arte ao ar livre, acrescentando valia à caminhada de quem se dispõe a subir a serra, em redor. 
A entrada é livre: verdadeiramente livre...
Dentro do modesto edifício, o ambiente é agradável e acolhedor; mais quente ainda é o convívio.
As confrarias retomaram a sua atividade, agora que um novo ano de trabalho se iniciou. 
Neste momento, qualquer um, consoante a sua faixa etária, pode integrar uma das oficinas de formação de expressão dramática. (Re)Começou ontem o projeto. 
A Linha fora de si, para maiores de 18, desfiou-me receios e entusiasmo..., pretensa desinibição com constrangedora inibição..., e ainda assim sobrou-me coragem para abraçar o desafio. Esta minha 1ª experiência pôs a nu as receadas dificuldades, a par do prazer de as tentar superar, numa solidão acompanhada... (Há mais estreantes, no nosso grupo...)
Bem mais fácil é para mim emprestar voz e sentimento a uma qualquer personagem de um texto cuja leitura medeio... Aí sim, sinto-me "em casa".
O livro é o suporte que me falta no momento de recriar, de improviso, uma situação inesperada, atentamente observada... Sem guião..., sem rede.
Apontam-me o objetivo de refrear a minha natural aceleração... 
Conseguirei? 
Quererei?!...



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A voz de Fernando Cardoso...

Li uma entrevista dada por Fernando Cardoso, o conhecido autor de Flores para crianças, Novas flores para crianças, Novíssimas flores para crianças... e muitos títulos mais: são já 32! 
Eu não sabia. Não sabia que, além de ser escritor, é hoje professor universitário de Direito e ainda de Literatura Infantil e Juvenil.
Menos podia imaginar que nasceu em meio socioeconómico desfavorecido, não tinha livros em casa..., que começou a trabalhar aos 12 anos!...
Fiquei a saber que teve sonhos que não pôde concretizar mas que, mesmo assim..., VENCEU!
Enfim, um exemplo.
(A entrevista aqui fica...)

Conta-me um conto...

Música. Promoção da Leitura...
No Youtube... João Lóio e Canto Décimo. 

sábado, 15 de outubro de 2011

De volta ao voluntariado...

Foi ontem o meu regresso à Mediação de Leitura. Desta vez estreei-me na Escola do Alfeite - que pertence ao Agrupamento Conceição e Silva, na Cova da Piedade. (O meu...)

Três turmas de 3º ano. Três sessões. É outubro, Mês das Bibliotecas Escolares; reforça-se o objetivo de promover leitura e saberes: verdadeiramente, "um poder para a vida".
Era dia de apresentações: «Sou uma leitora de histórias, não uma contadora... Vou "dar a ler", vamos ler a meias...»
Levava uma sacada de livros, agrupados em três montinhos, de forma a possibilitar  outros tantos caminhos possíveis, conforme o desenrolar de cada sessão... Autores portugueses e também estrangeiros; livros de poesia, de narrativa em prosa e em versoinformativos; um slogan publicitário... Não faltavam umas folhas amarelecidas..., uma laranja, uma maçã...
Nem tudo fez falta! Mas de facto seguimos percursos distintos, de hora para hora.
O 3ºC não me apanhou de surpresa ao pedir livros de terror! Ouviram com agrado O rapaz que tinha medo, da GATAfunho... A ilustração de morcegos, no início e no fim do livro, fez a ponte para a leitura de A fada Palavrinha e o gigante das bibliotecas, de Luísa Ducla Soares, que foi aliás o único livro lido a meias com todas as turmas. Pelo meio, este proporcionou a referência aos úteis morcegos, em grandes bibliotecas. E à possibilidade de rapidamente se pesquisar esta informação no Google...
Surpresa senti ao ver o entusiasmo geral causado por Desculpa, mas esse livro é meu, da Oficina do Livro... (cujo poder mediático eu ignorava. Falta-me cultura televisiva, reconheço.) Quer o 3ºA quer o 3ºB foram convidados a recontar a  história, mas incapazes de o fazer... Naturalmente, lemos. Divertiram-se com a teimosia e os "erros" linguísticos da pequenita Lola; riram com a ligação do tamanho de letra ao tom de voz crescente da voluntariosa menina: é meu, meu, meu, meu... Ambas as professoras aproveitaram para lhes fazer ver situações similares vividas nas suas turmas!
Ao 3ºB comecei por contar uma história, à medida que iam observando as respetivas ilustrações: Mariazinha, a contadora de histórias, de Maria João Lopo de Carvalho. África e suas díspares realidades socioeconómicas foi tópico de conversa. Em seguida, lemos a meias... Além das histórias, versos de Cantigas e cantigos, de José Fanha.
O 3ºA ouviu um poema: Os mistérios da escrita, de Álvaro Magalhães. Souberam-no interpretar com perspicácia...
Curiosos, não partiram sem perguntar para que serviam a laranja e a maçã... Foi assim que assistiram à demonstração do movimento de rotação da Terra, perceberam as causas do dia e da noite, e compreenderam que "A noite é a nossa dádiva de sol aos que vivem no outro lado da Terra"...
Igual, igual, nas três turmas, foram as manifestações de agrado e de carinho com que se despediram...
E porque o 3ºA teve a sua sessão pelas 9h30m, e eu só me vim embora perto das 15h, tiveram tempo para me preparar uma surpresa e convidar para ir à sua sala receber um maravilhoso livro de ilustrações das histórias lidas, com opiniões de fazer envaidecer qualquer um (e a mim também!)... Obrigada, Meninos; obrigada, Professora Carmen!
Estou grata a todos os colegas que tão bem me receberam... 
À Carla Pimenta, Professora Bibliotecária, tenho ainda de agradecer a receção... e o almoço na cantina - que bem merece um elogio!
Até à próxima!...

O blogue Biblioteca & Companhia deu notícia...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Contas fechadas...

Já lá vai, há que tempos, o ano 2010/2011...
Setembro despediu-se da praia... Outubro recuperou o verão... Tiquetaque, tiquetaque, o relógio prossegue inflexível. Um outro ano escolar começou; novas sessões de mediação de leitura estão programadas e se avizinham...
Não me esqueci! Sei bem que me faltou apresentar, no fim do ano transato, o balanço final do trabalho realizado; faltou-me principalmente dar o merecido destaque à despedida do 1º projeto Ler a Meias, após dois anos de trabalho consecutivo com aquelas duas turmas que partiriam para o 5º ano.
É tarde, mas mais vale tarde... 
Em três pinceladas, direi apenas...:
1) Foram 62 as sessões por mim desenvolvidas no ano findo (mais 56, ao longo de 2009/2010 e outras 3, em maio de 2009 - o que perfaz 121 sessões de mediação de leitura e escrita, até agora; 54 das quais, com aqueles alunos...)
2) Relativamente às escolas, mais uma daqui menos outra dacolá (pois nem sempre é possível aceitar os convites de última hora para sessões pontuais), uma vez feitas as contas, o número de bibliotecas escolares em que trabalhei foi semelhante ao de 2009/2010, isto é, 9; todas elas no Distrito de Setúbal: Almada, Azeitão e Sesimbra.
3) Aqui fui deixando alguns relatos e traçando balanços periódicos. (Nos blogues - atualizados...- das diversas bibliotecas escolares, foi sendo dada notícia das sessões realizadas.)
Adiei o balanço do Ler a Meias... Um ensaio sobre  essa experiência de continuidade irá em breve (?) ser publicado na próxima revista municipal Anais de Almada. Lançaram-me o desafio e deitei mãos à obra. Pensei, na altura, que poderia publicar aqui o dito artigo, uma vez que estivesse redigido, mas constato que é demasiado extenso, exigiria opções, cortes, sínteses... (Fora de questão!)
Em resumo, este voluntariado produziu efeitos; segundo afirmaram os intervenientes, cumpri o objetivo de fazer crescer, nos meninos, o desejo de ler autonomamente e a capacidade de ler melhor. Contribuí para facilitar a abordagem de muitas temáticas das diversas áreas curriculares. Enfim, a avaliação final de docentes e discentes alegram-me... e encorajam-me a prosseguir.
Todos nós ficámos ricos de histórias, sonhos e saudades...







Fotos do blogue 
A Magia dos Livros
http://bibliotecamagialivros.blogspot.com  

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Eu queria ser como a Guidinha...

Deixei passar muito tempo sem nada escrever e muita coisa aconteceu... Agora tenho tanto que contar que na verdade nem sei por que ponta lhe hei-de pegar...
Realmente eu queria ser como a Guidinha que escrevia de um fôlego, misturava tudo com ingenuidade e sarcasmo, defendia os seus pontos de vista e fazia críticas a torto e a direito, com ironia e graça, como se não fosse nada com ela...  Lembro-me que a lia mal apanhava o jornal (que tenho ideia que era o Diário de Notícias, mas talvez nem fosse...)... Só sei que era a minha leitura preferida, em tempos de ditadura e lápis azul, quando aprendíamos a ler nas entrelinhas...
Queria saber imitar a Guidinha, tirando aquela coisa da falta de pontuação... Assuntos para abordar e relacionar não me faltariam: eu podia falar dos novos livros que li... ou do novo disco do Sérgio Godinho..., com mútuo consentimento, claro!..., da mão cheia de netos que vão crescendo e me preenchem de orgulho e de afetos..., das férias em setembro (pugnando por um novo direito merecido) ou então de novos sonhos e projetos que se vão expandindo neste mês de outubro..., mas neste caso estou a ouvir o  Alexandre O' Neill a avisar-me (ou a zombar): "Não fales da vidinha!"... e alto!... 
Mas isto não me faz desistir: afinal eu até sou daquelas que se interessam por tudo e também por nada e consigo falar alto e sem parar... Ainda assim, que pena!, estou muito aquém de ser uma pessoa "insaciável e louca", como exortava o genial Steve Jobs, a quem presto homenagem. 
Podia falar da política internacional e da nacional..., da solidariedade da Europa e da falta dela..., ou de gentes que lutam pelos direitos humanos, já agora aproveitando para dar os parabéns às três premiadas com o  Nobel da Paz: as liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkul Karman, hoje mesmo distinguidas pela sua luta pacífica em nome dos direitos das mulheres, como li no Público online
Podia aludir à economia nacional que nos empobrece dia a dia..., mais às agências de rating que nos atiram para o lixo, mas, a sério, não me sinto particularmente informada e vendo bem é melhor estar atenta aos anúncios de cortes nas despesas do Estado e nas receitas dos cidadãos, fora todos os aumentos que havemos de pagar, as privatizações ao desbarato e os benefícios que já suspeitamos que se vão evaporar... 
Queria falar, e com justiça, de tantos anónimos heróis da vida que lutam levando-a de vencida... E lembrar que, como parafraseava George Orwell, «todos os homens são iguais, mas alguns são mais iguais do que outros»... 
Bem se vê: se eu fosse a Guidinha, teria pano para mangas para uma redação excelente... Falta-me a sua visão e ingénua lucidez...; falta-me fluidez; falta-me sobretudo a graça mordaz e o génio de Sttau Monteiro.
Eu tanto queria ser como a Guidinha!... 

Outubro, inspiração musical...

«Sometimes one dream is enough to light up the whole sky.» (Por vezes, um só sonho é suficiente para iluminar todo o céu.)
Mark Isham, Céu de outubro (banda sonora)


Vale de Barris - Serra do Louro, 1/10/2011 (foto)