sexta-feira, 30 de julho de 2010

Voltam a andar as Palavras Andarilhas

Aí estão elas de novo, as Palavras Andarilhas, na Cidade dos Contos (em Beja), a 16, 17 e 18 de Setembro...
Já há programa (ainda que provisório). 
As inscrições poderão ser feitas até 13 de Setembro.


Um excelente ponto de encontro!
Para saber mais, anda até aqui.

Aqui vou eu de novo até ao mar...



Here I go out to sea again
The sunshine fills my hair
And dreams hang in the air
Gulls in the sky and in my blue eyes
You know it feels unfair
There's magic everywhere
Look at me standing
Here on my own again
Up straight in the sunshine

No need to run and hide
It's a wonderful, wonderful life
No need to laugh or cry
It's a wonderful, wonderful life

The sun is in your eyes
The heat is in your hair
They seem to hate you
Because you're there
And I need a friend, 
oh I need a friend
To make me happy
Not stand here on my own
Look at me standing here on my own again
Up straight in the sunshine


No need to run and hide
It's a wonderful, wonderful life
No need to laugh or cry
It's a wonderful, wonderful life

I need a friend, oh I need a friend
To make me happy, not so aloooooone
Look at me standing, here on my own again
Up straight in the sunshine

No need to run and hide
It's a wonderful, wonderful life
No need to laugh or cry
It's a wonderful, wonderful life.

Wonderful life
Wondeful life...

Para mãos habilidosas...

Técnica origami: uma folha de papel, dobras bem vincadas e medidas rigorosas... e a obra vai crescendo...
A prática leva à perfeição.
Uma exigência: paciência.


Assim nasce um mini-livro origami, passo a passo.


domingo, 25 de julho de 2010

Brasil: vários olhares, uma voz...

Julho trouxe festa... 
Impossível é estar aqui e ali, ao mesmo tempo..., e muito difícil é optar!
Findo o Festival de Teatro, em Almada decorreu a V Mostra de Cinema Brasileiro. Meia dúzia de filmes de géneros diversos: dramas e comédias; ficção baseada em factos reais  e documentários - depoimentos de gente que sobrevive e resiste. A custo. 
Uma realidade crua: habitar um imenso prédio superlotado e claustrofóbico, a um quarteirão da praia de Copacabana; nascer pobre e crescer num internato público desumanizado... e alcançar êxito...; vivenciar o crime e a violência na rua...  
Filmes tais como Edifício Master, 2002; O contador de histórias, 2009; Contra todos, 2004...


No vídeo de Diana Krall, a cantora evoca o "rapaz de Ipanema". A excelente fotografia revela-nos um Rio de Janeiro cheio de belezas naturais e de prazeres, particularmente vividos na praia de Ipanema, bem como o  património construído de uma grande metrópole. Na outra margem, Niterói exibe orgulhosamente o seu Museu de Arte Contemporânea, obra do arquitecto Oscar Niemeyer, hoje com 102 anos.
Um Brasil desenvolvido; um apetecido postal turístico...
Um quotidiano a que queremos ter direito.


Diana Krall passou hoje por Cascais... Podemos ainda imaginar a sua voz quente e sensual ecoando na Cidadela...


sábado, 24 de julho de 2010

Entrevista a Alberto Manguel

Alberto Manguel é ensaísta, escritor, tradutor… e, sobretudo, leitor. Quando era adolescente, foi anagnosta: leu em voz alta para Jorge Luis Borges, que cegara. E fê-lo durante 17 anos, experiência esta que relatou na sua biografia Con Borges (2004).
Nasceu em 1948, em Buenos Aires. Tem dupla nacionalidade: argentino e canadiano, por opção. Vive actualmente em França, onde tem uma vasta biblioteca pessoal de cerca de 30.000 títulos, num antigo mosteiro.
Recentemente, de passagem por Lisboa, deu uma entrevista ao Público, de que destaco algumas passagens, relacionadas com os leitores e o acto de ler, os livros e os ebooks… Estas que se seguem:

A sua obra está praticamente toda ela dedicada ao lado maravilhoso da leitura, do acto de ler. A sua paixão pela leitura vem de onde? Nasce-se leitor ou uma pessoa torna-se leitora?
Penso que somos animais leitores. Vimos ao mundo com uma certa consciência de nós próprios e do que nos rodeia e temos a impressão de que tudo nos conta histórias: a paisagem, o rosto dos outros, o céu; em tudo encontramos linguagem. Tentamos desentranhá-la, tentamos lê-la. Nesse sentido, não podemos existir enquanto seres humanos sem a leitura. Inventámos a linguagem escrita, a linguagem oral, para tentarmos comunicar essa experiência do mundo, para nos contarmos histórias e através delas, falar dessa experiência.
No meu caso, o conhecimento do mundo passou sempre pelos livros. Tive uma infância um pouco particular: o facto de o meu pai pertencer ao corpo diplomático fez com que viajássemos muito e que eu não tivesse nenhum sítio onde me sentisse em casa. A minha casa estava nos livros. Regressar à noite aos livros que conhecia, abri-los e constatar com imenso alívio que o mesmo conto continuava na mesma página, com a mesma ilustração, dava-me uma certa segurança e um certo sentido do lar.


Mas nem toda a gente é leitora...
Nem toda a gente é leitora, mas acho que, no fundo, é porque as circunstâncias fazem que não sejamos todos leitores. A possibilidade está em todos nós. O que quero dizer é que suponho que há pessoas que nunca se apaixonam, suponho que há pessoas que nunca viajam, suponho que há pessoas que não têm uma certa experiência do mundo. E da mesma maneira, existem muitas pessoas que não são leitoras. Mas a possibilidade está dentro de nós.
A proporção de leitores numa dada sociedade nunca foi muito grande – seja na Idade Média, seja no Renascimento ou no século XX. Os leitores nunca foram a maioria. Se, por exemplo, todos os espectadores de um único jogo de futebol comprassem um livro, uma tarde, esse livro passaria a ser o best-seller mais espectacular da História da literatura.  
(…)

Estamos a ler de forma diferente?
Penso que o que está a acontecer, como acontece em tempos de crise, não é o facto de termos passado a ler de forma diferente, mas de estarmos a tornar-nos mais conscientes do que significa ler, ser leitor, do que é a literatura. Estamos a interrogar-nos sobre essa actividade simplesmente porque ela está ameaçada. Antes de o urso polar entrar na lista das espécies em perigo, ninguém falava dos ursos polares – não era um tema de conversa corrente [ri-se]. Surgiu porque os ursos polares estão em perigo. É porque os leitores sentem um perigo que começaram a reflectir sobre o que significa o acto de ler.

(…) O que perdemos quando passamos do livro em papel para o ebook?
(…) Se eu tivesse de passar seis meses no Pólo Norte, dava-me muito jeito levar um livro electrónico – se houvesse baterias que durassem seis meses. O problema não está na invenção de novos suportes para a leitura. Surge quando esses suportes são promovidos por razões puramente económicas e nos tentam convencer a substituirmos tudo por esse único suporte. 
A indústria faz constantemente isso e é o que está a acontecer com os livros. Existe actualmente nos Estados Unidos um movimento para acabar com os livros em papel nas bibliotecas das universidades. São tontices: o problema não tem a ver com a electrónica nem com o livro impresso, tem a ver com um comerciante ganancioso que quer vender computadores.

(…)

Não sente frustração quando pensa que há jóias literárias que lhe passam ao lado?
Não. Quando era adolescente, angustiava-me pensar que nunca iria poder ter nem ler todos os livros que queria. Mas essa angústia passa-nos e transforma-se numa espécie de alívio [ri-se]. É óbvio que não vou ler tudo o que é publicado, é óbvio que nem vou ter conhecimento de tudo aquilo que é publicado. Aliás, prefiro concentrar-me em certos livros.
O tipo de leitura que pratico agora, nesta idade – embora continue a ler algumas coisas novas – é a releitura. Por exemplo, há já mais de dois anos que leio um canto de Dante todas as manhãs, antes de tomar o pequeno-almoço [ri-se] – com um comentário diferente, tomando notas. Já completei esse percurso umas dez vezes. É um tipo de leitura que faço por prazer – e que me parece infinito. Nunca vou conseguir saber o suficiente acerca da "Divina Comédia", mas felizmente, já não tenho aquela angústia. É como pensar em sítios que nunca visitarei, pessoas que nunca conhecerei. Que alívio! [ri-se]
(…)

Há umas gerações uma pessoa não erudita, mas culta, tinha a obrigação de ter lido certos livros. Hoje, essa ideia parece ter sido esquecida.
A questão é que deixámos cair a noção de “ser culto”. Agora, não passa pela cabeça de ninguém dizer que uma pessoa é culta ou não é culta. Como já disse, há uma perda de prestígio do acto intelectual. Hoje, uma pessoa pode perfeitamente admitir que é estúpida, que passa o seu tempo a jogar jogos de vídeo ou que só se interessa pela moda. Não vai chocar ninguém. Antes, tínhamos vergonha de dizer coisas dessas, mas hoje é realmente espantoso ver o número de pessoas adultas que jogam jogos totalmente imbecis.

Há leitores que só querem ler coisas novas.
Mas essa é a tal política do supermercado. Não vamos ao supermercado comprar um produto do ano passado, mas coisas que ainda não passaram do prazo. É o mesmo com os livros: agora, têm um prazo de caducidade. Passadas três semanas, o que não foi vendido desaparece. É uma política muito perigosa.


Mas ler os clássicos na escola continua a fazer sentido? “Os Lusíadas” de Camões, por exemplo.
Claro que continua. Os grandes clássicos não foram escolhidos por ninguém; não há um comité que decide que Homero é importante. O que houve foi cem gerações de leitores que disseram que esse livro é importante. É isso que define o clássico, é a obra que não se esgota junto dos seus leitores. E isso continua a ser importante, embora muitos leitores – e muita gente – não o reconheçam.  
As crianças têm uma imaginação activa, uma inteligência activa. Querem aprender a pensar. (…) Se me confiarem uma turma de crianças, comprometo-me a fazer com que elas leiam Camões com muitíssimo entusiasmo. É preciso dizer-lhes que são inteligentes e que vão conseguir ler essa obra. As crianças adoram palavras complicadas, termos difíceis, histórias onde não se percebe tudo. Mas a indústria não quer isso, quer tornar as coisas mais simples – e então fazem resumos, simplificam, publicam coisas idiotas para crianças e acabam por não publicar nada. Apenas jogos de vídeo.
A nova geração continua a ter gosto pela leitura. Para o ser humano, o instinto de sobrevivência não se resume à necessidade de comer e beber; também inclui a necessidade de pensar. E isso é verdade seja onde for – aconteceu nos campos de concentração, acontece nas favelas mais pobres, acontece nas situações mais extremas. Continuamos a pensar, a criar, a interrogarmo-nos. E temos de lutar por isso. Não somos cegos; podemos dizer que não.
(…)

A leitura e a escrita vão desaparecer? Há quem pense que vamos regressar a uma espécie de tradição oral high-tech, graças a computadores capazes de comunicar através da fala.
A tradição oral não tem nada de mau. O problema é quando a tradição não é oral, mas feita apenas de conversas que nunca chegam a ter lugar. Já eliminámos até os locais onde conversar. Ainda há alguns cafés, mas todos têm televisão, música. E mesmo esses estão a desaparecer.
Nós também iremos provavelmente desaparecer. Mas se sobrevivermos como seres humanos – o que não é seguro – fá-lo-emos com a linguagem escrita, com a linguagem falada e com a linguagem lida. Vamos sobreviver com os nossos livros. Se desaparecermos, os livros também desaparecerão. E no fundo, isso talvez seja uma coisa óptima para o planeta – para as árvores, para as formigas, para os ursos polares...

                                                                 Foto da NET: Biblioteca de Alberto Manguel
Público, 05/07/2010 
Entrevista de Ana Gerschenfeld 
Esta entrevista pode ser lida na íntegra aqui.



terça-feira, 20 de julho de 2010

Um outro Festival de Verão...

Falo do Festival ao Largo, em Lisboa. Ainda a decorrer (até 27 de Julho) e com uma programação de dança e música a não perder...
O espaço (o Largo de S. Carlos) é tão emblemático e acolhedor quanto exíguo...
Céu estrelado, ar livre, frescura apetecida em noites de Verão... e a toda a hora chega mais alguém tentando furar a multidão, apinhada nas ruas contíguas ao Largo, na ânsia de conseguir um espacinho para aí permanecer e poder assistir (ou apenas escutar), mesmo que só por momentos... A este vai-vem juntam-se ruídos de vozes, flashes de máquinas fotográficas e a movimentação constante de eléctricos e carros que por ali avançam, a custo...
Para aqueles que lá não podem ir, para quem lá foi e não viu... ou para quem deseja avivar memórias, o Youtube dá uma ajuda...



sexta-feira, 16 de julho de 2010

A 56ª sessão do ano, a "Ler a meias..."

A tal 56ª sessão de promoção da leitura em que eu iria ainda participar, antes destas férias de Verão, teve mesmo lugar, à hora marcada do dia aprazado, na biblioteca escolar da Escola Secundária do Monte de Caparica...
A boa surpresa é que, com a descrição que fiz dessa actividade, alguém criou este bonito vídeo que pode ser visto no respectivo blogue... 
Ei-lo também aqui:




domingo, 11 de julho de 2010

Campeonatos e títulos...



Destacaram-se as selecções europeias, no Campeonato do Mundo de Futebol: Alemanha, Holanda e, em particular, a Espanha que, tendo ganho a Taça do Mundo, está uma vez mais de parabéns.
Justamente, segundo afirmam os entendidos.


Para tal, não terá bastado a fé e a oração... Contudo, a minha amiga Mònica Mas rezava (literalmente) assim, na 4ª-feira:

«Padre Nuestro que estás en Sudáfrica, santificado sea Vicente Del Bosque.
Venga a nosotros el 5to partido. Hágase tu voluntad, tanto en el cuerpo técnico como en el de los jugadores.
Danos hoy nuestro gol de cada día.
Perdona a nuestros defensas, como nosotros perdonamos al árbitro que nos ofende.
No nos dejes caer en la eliminación y...........
LLÉVANOS A LA FINAL. AMÉN!!»

E não é que "o gol de cada día" foi, uma vez mais, suficiente? :-)


Perdemos com os campeões: sucesso seu; consolação nossa...
E há mais!
Sagrámo-nos hoje campeões europeus de sevens (rugby)! Na final, os nossos jogadores venceram a França por 12-5.
Regozijemo-nos com a sua vitória!
Modalidades desportivas há muitas. O futebol é apenas uma delas...
A notícia está aqui.

Um Festival, uma quinzena especial




Dia a dia, a Festa (leia-se, o Festival) cumpre-se. Vamos sensivelmente a meio da edição deste ano. Um Festival que, como sempre, trouxe novidades. 

Apenas um espectáculo é repetido: a peça eleita pelo público, no ano transacto. E são muito variados os espectáculos apresentados, ano após ano: mímica, marionetas, poesia, dança, música, narração oral..., talvez a razão pela qual o tradicional Festival de Teatro de Almada se passou a designar, simplesmente, Festival de Almada.



Diversificam-se palcos que galgam o Tejo: para Lisboa... e  para o Porto (pela 1ª vez, em 2010). 
As peças, essas provêm de um qualquer continente e aqui recebemos grandes dramaturgos, encenadores e actores... Também críticos e jornalistas dos vários cantos do mundo vieram já até à nossa cidade, tendo participado em Colóquios e Encontros a que o público acorreu também.
Em cada ano, presta-se homenagem a uma personalidade de alguma forma ligada ao teatro, seja autor, actor, crítico... e até mesmo um espectador já mereceu essa distinção. 
Este ano, Maria Barroso, pela sua carreira de actriz cerceada pela Censura, pela memória de sessões de poesia, na Incrível Almadense, em que divulgou corajosamente poetas neo-realistas, em tempos de Ditadura, pela sua intervenção cívica, ao longo da vida, mereceu justamente essa honra.















A exposição Vestir o Teatro - Trajes de cena de Portugal (século XX) merece visita atenta.
Criativas são as estátuas vivas que, este ano, diariamente podemos observar, enquanto nos dirigimos até ao palco ao ar livre... Sempre diferentes!
E muito mais haveria a dizer...
Sabemos que "a obra nasce" quando é sonhada por alguém... e quem faz a diferença são os sonhadores, as pessoas envolvidas...
Aplaudo o papel que a nossa Câmara Municipal de Almada tem assumido, no apoio à cultura... 
Regozijo-me pelo espírito de iniciativa e empenhamento de Joaquim Benite que torna, a cada ano, esta Festa possível.
Obrigada!

domingo, 4 de julho de 2010

Verão... férias... sinónimo de teatro!

Tenho o privilégio de viver numa cidade que preza a cultura e que insiste na realização do seu Festival de Teatro internacional, contornando a crise...
Já não saberíamos viver sem este evento anual, o reencontro de amigos, a música na esplanada, os espectáculos ao ar livre, especiais em noites quentes como foi a de hoje, a da abertura.
Começou a Festa.
Esgotámos as assinaturas!
De 4 a 18, temos este programa.
Viva o Verão!
Até amanhã, de novo!...