terça-feira, 31 de outubro de 2017

Na escola do Laranjeiro nº2

Mês das bibliotecas escolares: voltei ao Agrupamento Ruy Luís Gomes, desta vez ao 1º ciclo - 3º e 4º anos.
Duas sessões, julgava eu. Nada disso! Três sessões. Oito turmas!!!
Primeiro, três turmas de terceiro ano da Laranjeiro 2.
Em seguida, os três quartos anos dessa mesma escola.
Finalmente, o 3º A e o 4º A do Alfeite (que foram até lá e regressaram à sua escola, a pé. Lindos meninos!).
Ah, isto no ginásio, que a biblioteca anda em obras...
Ora bem:
A professora Teresa Ferreira preparou um cantinho muito acolhedor e funcional.
Os meninos receberam a mediadora de leitura com grande entusiasmo.
E as sessões, ligando comunidades e culturas, decorreram entre contos e recontos (uns iguais e outros diferentes, de sessão para sessão). Pouco se deu pela diferença...
Ora vejam o que fizemos juntos (nas três horas):
- uma lengalenga;
- a aventura de Ulisses e as sereias;
- o dia-a-dia de Lia e Lya;
- o jogo do Encontro;
-  observação de ilustrações;
- muitas coisas que acontecem no mundo, no mesmo segundo;
- observação do globo terrestre;
- a lenda de Timor;
- notícia de uns auriculares que traduzem línguas em tempo real;
- a história de Paguê e do grão de café..., em S. Tomé e Príncipe.
Os meninos opinaram sobre o que tinham gostado mais e menos. Qualquer dos livros foi "o preferido" de alguém. Verdade, verdadinha: Um grão de café foi o preferido da maioria.
Não faltaram manifestações de simpatia e apreço.
Tive direito a prendinhas...
Sinto-me grata, para com todos!


Bibliografia:
Isabel Minhós Martins/Bernardo Carvalho, O mundo num segundo, Planeta Tangerina
Margarida Botelho, Lia/Lya, Edição de Autor
Maria Isabel de Mendonça Soares, O mar na cultura popular portuguesa, Terramar
Olinda Beja/Teresa Bondoso, Um grão de café, Edições Esgotadas


terça-feira, 24 de outubro de 2017

Recomeço nos SSAP

Passámos hoje uma bela tarde, no Centro de convívio.
Uma sessão na senda do tema das bibliotecas escolares: Ligando comunidades e culturas; e sem esquecer o desafio de partilharmos as nossas próprias histórias.
Álbuns de imagens, narrativa de memórias, poemas, contos e recontos..., sustentaram a nossa imaginação, reflexões e emoções, em torno do quotidiano no nosso mundo, das migrações, da esperança no futuro, da generosidade e dura ação de voluntários...
Para despoletar a partilha das nossas memórias, Romeu Correia foi o primeiro a ter a palavra: O primeiro dia de escola. Tanto bastou para que várias histórias surgissem da plateia.
Assim recordámos a nossa infância, a escola e os castigos físicos, medos e aventuras. E mais, muito mais. Até tivemos uma galinha de Trancoso, inesquecível. E um piano tocado por algum fantasma numa sala de espera cheia de zombies! Não faltaram recordações, risos e palmas!
Olhos abertos, silêncio atento, emoções despertas... a nossa hora voou.
Muito afeto, à despedida.
Até novembro!

Na sessão anterior, foi assim...

Bibliografia:
Isabel Minhós Martins/Bernardo Carvalho, O mundo num segundo, Planeta Tangerina
Mariana Chiesa Mateos, Migrando, Orfeu Mini
Miguel Torga, poemas
Vários, Histórias para não adormecer, Relatos dos voluntários da AMI em diversos pontos do mundo, Fundação da AMI


domingo, 22 de outubro de 2017

O prometido é devido...


Alô, SSAP!
Combinámos partilhar memórias. Falar delas, talvez escrevê-las. (Estão lembrados?)
O nosso reencontro vem aí, muito em breve...
Pensei nisso. Lembrei-me de como a minha mãe me ajudou a gostar de ler...
Uma memória de gratidão.
Aqui vai!


Oiço muito boa gente falar de histórias que lhes contavam na infância, de poemas que aprenderam a recitar e que sabem de cor. De grandes bibliotecas que havia lá em casa e de pais leitores. De livros proibidos, alguns fechados à chave, que aguçavam o prazer de ler. De como isso contribuiu para o seu gosto pela literatura.
Posso estar a ser injusta, mas creio que não tive essa sorte. Na verdade, não conservo sequer a memória de escutar histórias ao deitar. Tal não me surpreende: a minha mãe sempre pôs em primeiro lugar ter a casa num brinquinho, não deixar nada à espera do dia seguinte, despachar-se para finalmente repousar, gemendo de cansaço até dar por findas as tarefas de cada dia.
Esta mãe, professora que o marido não quis que trabalhasse “fora de casa”, exercendo a sua profissão, tornou-se doméstica exímia. Não deixou, contudo, de ser uma grande promotora de leitura. Era escasso o plafond financeiro, oh se era!, mas comprava-me livros, quando eu pedia e ela podia. Não arranjava tempo para os ler comigo, realmente não, mas dispunha-se a ouvi-los; ela lidando e eu lendo. Lembro-me de, por norma, eu o fazer sentada na mesa da cozinha. Ou então na varanda. De ler com prazer, acreditando dar-lhe esse mesmo prazer, enquanto cozinhava ou cosia. Provava-me estar atenta. Pelo meio, dava-me um sinónimo, respondia-me a alguma dúvida, rematava a leitura com um provérbio…: Querer é poder. Devagar se vai ao longe. Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar. Quem ri por último, ri melhor. 
A estrutura de uma carta e de um envelope, também as apreendi com a sua ajuda. Era escrita regular para família que vivia a duas semanas de viagem de navio a vapor, isto é, além-mar, a milhas de distância… Começava-se pelo rascunho - que era depois corrigido e passado a limpo. E a seguir passado a limpo tantas vezes quantas as necessárias, até ficar sem erros de ortografia nem rasuras, e sem apresentar nenhum dos temíveis borrões da caneta de aparo ou da de tinta permanente que eram usadas nesse tempo. Tudo a ser reescrito cada vez com maior sacrifício e com mais ralhetes pelo meio. Até vir o suspiro libertador: “Enganaste-te outra vez aqui…, mas pronto, fica assim!”… (Ainda oiço esse suspiro.)
Era professora, daquele tempo, pois. (Já disse, não é verdade?...)
Ora a minha mãe, com a sua formação e recursos, a seu modo, foi a minha mediadora de leitura e escrita. Conservo esta paixão.
Sempre é verdade que todos os caminhos vão dar a Roma.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Na Escola Secundária/Básica Ruy Luís Gomes

Uma ampla e luminosa biblioteca, duas turmas de 6º ano (à vez), um tapete colorido, leituras, recontos e conversas... e as sessões decorreram em clima de afeto e prazer, com escuta atenta e participação espontânea.
E fomos navegando... 
O Mar, a estrada que ligou Portugal ao mundo: A Nau Catrineta.
"Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso": O meu amigo chinês. 
A língua e a sua evolução. Auriculares que fazem tradução.
Sereias, existem mesmo?, sim ou não?
Livros, à escolha dos jovens:
6ºD
- O 6ºD escolheu obras de São Tomé e de Cabo Verde.

6ºC
- O 6ºC elegeu São Tomé e Brasil.
O livro Rap Rua proporcionou um intenso e divertido final de manhã, graças à colaboração da Érica e do Renato...
Fui adotada como avó por umas meninas que me vieram abraçar...
Recebi prendinhas...
Uma estreia neste Agrupamento; um início de ano fantástico!


Bibliografia:
Douglas Silva Lima/Ângela lago, Rap Rua
Fátima Bettencourt, A cruz do Rufino, Embaixada de Portugal em  Cabo Verde e Centro Cultural Português Praia-Mindelo
Leonel Neves, Amigos em todo o mundo, Livros Horizonte
Maria Isabel de Mendonça Soares (Coord.), O mar na cultura popular portuguesa, Terramar
Olinda Beja/Teresa Bondoso, Um grão de café, Edições Esgotadas
Há uns auriculares que traduzem cerca de 40 línguas em tempo real, in A volta ao mundo, 17/5/2017


Rio acima e mar adiante... ligando comunidades e culturas



Vamo-nos aventurar a ir ao encontro de outros povos a que nos ligam laços históricos e com quem convivemos há muito. E não só. Observar realidades diversas, guiados pelos autores que nos acompanharão. Sim porque esta viagem será feita na companhia de escritores, letristas, jornalistas..., com os seus poemas, histórias, canções e notícias que teremos à mão.
Bem a propósito vem o desafio do Mês das Bibliotecas Escolares: Ligando Comunidades e Culturas.
Este convívio não é surpresa entre nós, onde diariamente (e há muitos séculos) diversas comunidades se cruzam num mesmo bairro; as crianças são colegas de turma...
Esperamos contribuir para dar a conhecer obras e escritores, e valorizar as suas culturas, ao mesmo tempo que perseguiremos o objetivo de, uma vez mais, espalhar sementes de prazer de ler...
Remos abrindo caminho, vamos navegar em 2017/2018.