segunda-feira, 22 de março de 2010

Poesia à solta... II

O Centro Cultural de Belém esteve ontem apinhado de gente mobilizada pela comemoração do Dia Mundial da Poesia e pelo vasto programa que aí teve lugar.
O livre acesso e a cerimónia de distribuição de prémios de um concurso de poesia, do Plano Nacional de Leitura, certamente contribuíram para que muitas crianças e suas famílias acorressem ao CCB. 
Entusiasma ver tantos meninos, com os seus pais ou avós, envolverem-se, com manifesto prazer, em actividades como as que aí decorreram, a um domingo, num dia em que chegar a Belém não foi particularmente cómodo: realizara-se a Meia Maratona de Lisboa, encerrou a ponte 25 de Abril, houve condicionamentos de trânsito na Marginal de Lisboa, mudanças de sentido, estacionamentos interditos; até o sol finalmente nos visitou, desafiando-nos para actividades de ar livre... 
Percebe-se que os interesses culturais se multiplicam; quero crer que se abrem perspectivas optimistas para o futuro... 


Ali, em pleno evento, era preciso optar...
Todos sentimos o dilema "É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo nos dois lugares!" (Ou isto ou aquilo, Cecília Meireles). 
Eu não fui excepção. E lá fui singrando por entre corredores e decisões, em consensual conflito com os ponteiros do relógio. 
Uns poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, ditos por Luísa Cruz, a 1ª parte do concerto do Buscapólos (poesia infanto-juvenil musicada e cantada), a exposição de Salette Tavares, a Feira do Livro de poesia, a exposição-venda da Editora Eterogemeas; conhecer o Gémeo Luís, ver a sua banca de livros... Ora o meu interesse supremo foram as Oficinas. Brincar, fazer, criar...
Era ver-me tão entusiasmada e feliz quanto uma criança!...


Foto: Criando o meu auto-retrato, unicamente com as letras do meu nome. (Oficina: «Quem é quem?») 



Poesia à solta...


Em Almada, no Convento dos Capuchos, decorre uma "celebração da Poesia, em diálogo polissémico com outras expressões artísticas como a Pintura, a Música, a Dança e a Expressão Dramática", conforme demonstra o programa do evento.
A poesia - dita, cantada, lida, interpretada... - atraiu um numeroso público  de todas as idades; acolheu os mais jovens; uniu famílias; reuniu muitos velhos amigos; foi vivida no prazer da palavra, da música, dos sabores e na alegria dos reencontros.
Um mar de gente em ambiente "familiar"; uma festa a reviver ainda, no próximo fim de semana. 
Eu sei, estive lá...



sexta-feira, 19 de março de 2010

quarta-feira, 17 de março de 2010

Promoção da leitura... emoção que perdura...

Mais um período escolar chega ao fim… E eu sinto bem as férias a aproximarem-se.
Promoção da leitura e escrita: treze sessões realizadas, desde Janeiro. Conto chegar à dúzia e meia, com as da semana que vem.
Muitas sessões, muitas emoções...
Voluntariado puro e duro, isto é, trabalho não remunerado, o que surpreende colegas e amigos: “Não ganhas mesmo nada?”
Para estes, a minha resposta é desconcertante: “Ganho muito! (...Um almoço... um lanche... um café..., umas flores ou um livro..., oferecidos pela Leonor, pela Fernanda ou pela Dina…, trabalhos feitos pelos meninos...) Tenho o prazer de o poder fazer, embora gratuitamente… O dinheiro não é tudo! Se fosse pago, não poderiam contratar-me; assim, como gostam, podem convidar-me…” 


Claro que seria juntar o útil ao agradável beneficiar de um rendimento extra. Confesso! Mas pondero, mais do que isso, os benefícios não pecuniários desta minha actividade, efectivamente voluntária, que me dá tanto trabalho quanto prazer, facilita o convívio com os meus pares e com as crianças e jovens, me mantém activa, informada… me traz reconhecimento, estima e auto-estima…


Uma actividade em que estou tão empenhada que me fez prosseguir a minha autoformação, realizando diversas jornadas de trabalho, em torno da promoção e mediação da leitura, e fazendo, neste momento, um curso de “Mediador de Leitura” (pago, obviamente, fora as deslocações).
As sessões que tenho desenvolvido nas bibliotecas têm corrido muito bem... Sinto a atenção e o interesse dos presentes, miúdos ou graúdos. Vejo depois, com agrado, os meninos, com quem trabalho regularmente, acorrerem espontaneamente à biblioteca escolar, no seu intervalo, para relerem as histórias e poemas que me ouviram ler e/ou procurarem obras que os motivei a “espreitar”…

 Às vezes, oiço comentários muito gratificantes… “A história foi muito bem contada…” - aprovou a professora Amélia (que acompanhou uma turma de 2º e 3º anos).
 “Saí daqui com ideias novas…” - afirmou, com simpatia, a professora Graça (4º ano), à despedida.
 “A colega sabe cativar os alunos!…” - declarou a professora Ana (6º ano), pedindo-me que repetisse a sessão para outra... e depois ainda mais outra... turma sua.
“Manuela, tu tens um dom!…”   declarou a minha amiga e colega Dina (professora bibliotecária), com uma pontinha de exagero, próprio da amizade...
Etc...
São igualmente gratificantes os comentários espontâneos dos meninos… 
“A professora lê, mas parece que faz teatro…” - opinou uma menina de 3º ano.
“Só de ter lido tantas poesias para escolher a que apresentei aqui, hoje, fiquei a gostar de poesia!” - confessou alegremente uma outra menina do 3º ano. (Como foi bom ouvir!)

A Catarina e a Yasmin (do 4º ano), que estiveram no 1º ateliê que realizei, escreveram: 
«Foi muito interessante esta experiência de escrita porque soltámos a nossa imaginação com a escritora Luísa Ducla Soares. Nós recomendamos esta experiência a todos os alunos desta região. Só desta região porque a professora Manuela Caeiro não pode ir a todo o mundo nem a todo o Portugal. Muito obrigada. Nós adorámos. Obrigada e volte sempre!!!»
Recompensa suficiente! Não concordam?!… Eu acho!... 
Nem sequer me habilito a um qualquer título, por exemplo o de “Professora reformada do ano”… :-)
Aliás, quais seriam os critérios de avaliação para tal, se nem percebi nunca ao certo quais os critérios para se distinguir o "Professor (no activo) do ano”?!... 
Uma curiosidade a satisfazer, agora que acaba de ser anunciado mais um, o professor (almadense) Alexandre Costa, indubitavelmente com grande mérito... seguramente difícil de medir e comparar...

quinta-feira, 11 de março de 2010

A escola 2.0... para a geração nado-digital...

Um powerpoint (pp) que nos faz repensar a escola que temos... (Retirado de SlideShare
TEDxNYED
View more presentations from Chris Lehmann.
Aqui deixo, com este pp de Chris Lehmann, alguns tópicos de reflexão... 

Creio que o livro não deixará de existir -seguramente..., tanto quanto enxergo o horizonte...-, mas concordo que tem de coabitar com a informação veiculada por meio de outros suportes, nesta era da Web 2.0. 
Têm de se adequar métodos e renovar estratégias para uma nova geração que nos coloca novos desafios... 


Ora os meios tecnológicos nas nossas escolas têm-se multiplicado. 
O datashow, portáteis e quadros interactivos são já rotina em muitas salas de aula.
Dir-se-ia que, com tantos Magalhães vendidos (e até mesmo dados, aos alunos mais desfavorecidos), as condições para se tirar o máximo partido destas tecnologias estão criadas, entre nós. 
Pois, dir-se-ia... 


Eu vi alunos correrem para o intervalo com os seus portáteis, sentarem-se em fila num corredor mal iluminado e ali passarem o recreio,  animadíssimos, teclando e conversando entre si... até ao toque de campainha que os obrigou a voltar para a sua sala de aula, em tudo parecida com as de há um bom par de anos atrás... (Surpreendi-me!)
Soube depois que há escolas em que está estipulado um determinado dia semanal para se trabalhar com o Magalhães e, nesse dia, as crianças levam-nos e usam-nos para fins didácticos, em sala de aula, com o necessário acompanhamento do professor. (O que julgo ser muito mais correcto!...)
Ora a minha grande surpresa foi saber que é proibido (PROIBIDO, literalmente) levar Magalhães para o interior de uma determinada escola!!! 
(Uma - que eu saiba!
Claro que, caso não se pretenda usá-los pedagogicamente, tornando-se estes, apenas, uma eventual fonte de problemas, há que o evitar! Entendo.
Mas...?!!!...
Às vezes somos exímios a remar contra a maré... 
...Uma pena!

segunda-feira, 8 de março de 2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Música e dança em cenário com livros...





Trata-se de um filme publicitário gravado em Dezembro de 2009, na escola Ocoee Middle School - Orange County (Florida, EUA), que envolveu artistas de renome e 1600 alunos, dançando e empunhando livros, ao som de «Gotta Keep Reading/ ´Cause this book’s gonna be a good book (...)/to read.»

A canção original é  "I Gotta Feeling" dos Black Eyed Peas.
O modelo reproduzido, no filme publicitário da leitura, foi decalcado da apresentação da 24ª época do The Oprah Winfrey Show, em Chicago, nos Estados Unidos, em Setembro de 2009, onde 21 mil pessoas dançaram ao som da canção que anunciava o feeling de que aquele seria um bom dia precedendo uma boa noite...

Neste caso, em foco é colocada a importância da leitura: 
«Pick up that book
And turn the page

You’ll never know
Just what you’ll find
Information
Or Fantasy
Drama and Art
All make you

smart!
(...)
Action, Sci-Fi, Humor, Adventure
Biography, Reality, Mystery and Fantasy

Read read read read read it up
What ever you like
Read those Sunshine States
Take those Reading Counts
Gotta Keep Reading (...)»

Desperta certamente a Atenção. Não estou tão segura quanto ao Interesse e Desejo pelo produto em si... Permite a Memorização. Como em todas as campanhas publicitárias, creio que esta, isoladamente, não basta para levar à Acção... 
Concordo que é uma ideia original... uma coreografia oportuna e divertida... e há quem dela beneficie...