terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

É tão bom!... ou... A lição do João

Por ali não faltam instrumentos musicais... Peguei no adufe e fi-lo soar, compassadamente... Seduzido pela "música", o João cantarolou: "É tão bom dormir/ É tão bom sonhar..." 
Calou-se.
Eu queria saber mais... E lancei dezenas de ideias que, pela certa, o motivariam a prosseguir a letra da sua canção... 
A tudo o João dizia que não!
A princípio fiquei surpreendida, mas em breve compreendi: não era inédita... Eu não acertara na letra!...
Com idêntica rapidez, o petiz entendeu a proposta... A partir de então, uma canção nasceu! Essa sim, original!...
Trabalho de equipa, muito participado!...

"É tão bom dormir
É tão bom sonhar
É tão bom papar
É tão bom brincar...

É tão bom o sol
E ir ao jardim
Andar de bicicleta
Ser crescido? Sim, sim, sim!...

É tão bom ir à escola
Escrever o nome
Desenhar o O
E jogar à bola

É tão bom estar no sofá
Tapar com uma manta
Ler uma história
E brincar com a Mana...

É tão bom ver televisão...
o Benfica ganhar...
É tão bom ter amigos
e conversar...

É tão bom fazer puzzles
E fazer desenhos
É tão bom tocar guitarra
E arrumar os brinquedos

É tão bom ter prendas
É tão bom o Natal
É tão bom cantar
É tão bom o Carnaval

É tão bom calçar pantufas
E o colinho da mamã
As cavalitas do papá
É tão bom ter avô...

É tão bom fazer coisas...
É tão bom saltar
É tão bom ser crescido
E brincar, brincar, brincar!"
... ... ... ... 

(A canção já ia comprida... Não concordam que era suficiente a lição?... Foi o que pensei!...)
Letra de João & Manuela
20 de fevereiro de 2012
No intervalo de febres, choros e remédios...




quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Uma estreia, a Ler a Meias...

Eu tinha hoje uma hora livre... e já se falara na possibilidade de ir fazer uma sessão de leitura ao 1º ano da Professora Sandra... Não é tarde nem é cedo! O 1ºB foi à Biblioteca Escolar! 
Levaram consigo, a meu pedido, um guarda-chuva que ficara esquecido na sua sala de aula.
Eu tinha comigo o livro Um dia, um guarda-chuva, de Davide Cali e Valerio Vidali, vencedor da Ilustrarte 2012 (que divulguei).
A estratégia de abordagem do livro delineara-a eu à 1ª leitura. (Servindo-me de competências adquiridas na Oficina de Expressão Dramática que estou a frequentar com O Bando: na Linha fora de si. Afinal, era esse o meu principal objetivo quando para lá fui... Atingido! Ufa!...)
Pois aconteceu assim:
Os meninos imaginaram (e representaram) diferentes funções para o seu guarda-chuva "perdido". Ora aberto ora fechado, ele foi flauta, espingarda, gelado, vassoura, guitarra, microfone, cavalo, pincel, bandeira, escudo, jangada, pára-quedas... Quanta criatividade e à-vontade!...
Davide Cali, mesmo assim, conseguiu surpreender!...
Havia ainda tempo, quiseram mais...
Terminámos com o Conto maluco de Carnaval, de Maria Isabel de Mendonça Soares, depois de o Tiago, que já lê (tudo), ter ajudado a ler uma lista de palavras relacionadas com o conto, para favorecer a sua compreensão: o Quico (que usava um coco) foi à confeitaria com a Cuca (que usava um quico); comeram um coco e um queque, aliás, teve de ser um caracol, porque o cão os trincou e correu, correu...
"Gostei muito de ti" - diziam os meninos à saída, numa meiga e enternecedora manifestação de agrado...
E eu, claro, diverti-me muito... Agradou-me a "estreia"!

Ler a Meias... em busca de Justiça...

Quinze dias volvidos, foi dia de regressar à EB1 Feliciano Oleiro. Desta vez apenas para um encontro com a turma da Escola Conde de Ferreira, com quem trabalho desde o ano letivo anterior. (A turma residente tinha outro compromisso à mesma hora: um desfile carnavalesco.)
A sessão abriu com o Conto maluco de Carnaval, de Maria Isabel de Mendonça Soares, cujo título lhes agradou muito... mas que afinal acharam «infantil». São do 4º ano, claro!... (Observaram o ritmo e o cómico jogo de palavras daquela narrativa em verso.)
A responsabilidade de escolher uma história para ler, em seguida, foi da turma, como habitualmente.
Apresentei-lhes resumidamente A história da égua branca, de Eugénio de Andrade; A fada desastrada, de Renata Gil; e A rapariga esperta (in Histórias para crescer), de Esteve Pujol i Pons.
Fosse qual fosse a história por eles escolhida, abordar-se-ia uma questão de justiça e realizaríamos, no final, um julgamento... Assim aconteceu.
Por apenas mais um voto, venceu A fada desastrada de que todos gostaram. Entenderam bem os desastres da pequena fada que mais parecia uma bruxinha desastrada, ouviram o seu julgamento e assistiram à transformação que sofreu (ficou tão bem comportada que até era uma maçada!...). 
Foi então a sua vez de passar à ação: reuniram em Conselho, para decidir o que fazer com a fada ajuizada... A rainha das fadas foi a Professora Isaura, mas mais importante era o Génio da floresta...
O 4º A levou a reunião a sério! Fizeram muitas propostas... A sentença não teve recurso: a fada desastrada poderia fazer uma travessura por dia!
O Génio operou o feitiço com eficácia...
Todos os traquinas do 4º A saíram satisfeitos... :-)


Uma voz: «Não desistas!...»


«Todos querem ser compreendidos.

...
Tu és amado (-a)...
Não desistas!» - canta Josh Groban.






quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ler a meias, visto por outros olhos...

Aqui estou eu, vista pela Professora Margarida Pinho, numa das sessões do Ler a Meias, na passada 2ª feira.
...Se me divirto nestas andanças!?... Ainda agora me rio, só de me ver!!!...
(Foto sacada do blogue Entrebibliotecas.)



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ler a Meias... na "Semana da Leitura"...

No Agrupamento D. António da Costa, celebra-se a "Semana da Leitura": cada escola em sua semana.
O Ler a Meias participa neste evento; por isso mesmo, nos próximos tempos percorrerá as várias escolas do Agrupamento. 
A EB1 dos Caranguejais foi a primeira - um acaso! 
A minha atividade coube em sorte às três turmas de 4º ano. Realizou-se nas respetivas salas de aula, já que "Biblioteca Escolar" não existe. Há, no entanto, um espacinho acolhedor improvisado num hall de entrada: estantes, livros à disposição, uma mesa de trabalho, plantas...  e há bibliotecas de turma. Sente-se que reina o gosto pelos livros e pela leitura!
"Marquei o ponto" na Feira do Livro do Sr. Justino, que esteve na escola, todo o santo dia...


O tema das minhas sessões tinha sido combinado previamente com a Professora Bibliotecária: uma ida ao campo, uma vida simples "pobrete mas alegrete"...  
Para recontos e leituras, levei os Contos Populares Portugueses; Lá vai uma... Lá vão duas..., de Luísa Dacosta; e livros de poesia de José Fanha. (Antes a mais do que a menos...) Não faltariam tópicos de conversa!
Tudo se desenrolou como era esperado. Tanto no 4º A como no 4º B e 4º C, recontámos O caldo de pedra e, em seguida, lemos o conto A felicidade não é o que temos, é o que somos; pelo meio, imaginámos desenlaces e conversámos muito...
Só na última sessão houve ainda tempo para ler duas poesias de José Fanha, uma de Cantigas e cantigos e a outra de Cantigas e cantigos para formigas e formigos.
Os meninos divertiram-se muito. Gostaram. Agradeceram... (Fizeram-me sentir feliz...)
Há sempre surpresas: não é que me vieram pedir um autógrafo, no fim da última sessão?! Logo a mim que não sou nem escritora nem atriz nem cantora... nada disso?... ("Este é o meu 1º autógrafo." - escrevi eu a alguém, por graça...)


Outra surpresa: um rico almoço - em pleno local de trabalho!... Juntámo-nos, cinco colegas. Quer fosse com uma marmita caseira, com uma sopa ou com uma refeição completa da cantina, ali permanecemos à mesa em amena cavaqueira e agradável convívio.
O meu agradecimento às professoras Carla, Rosa, Margarida Curto e Margarida Pinho, inexcedíveis no simpático acolhimento...
E pelas flores!
Obrigada! Até à vista!




Notícia no blogue Entrebibliotecas.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Seja feliz... sem netdependência

Ser feliz: um tema que me é caro...
Vi um vídeo que aborda este tema e que considero oportuno partilhar. Para mais agora que está na ordem do dia uma nova doença: a netdependência. 
Quem sofre dela? Quem pega no seu smartphone, minuto a minuto, para conferir emails pessoais e não urgentes... Quem fica agarrado a um computador, horas a fio, partilhando tudo o que faz com gente que mal conhece, esquecendo os amigos e familiares que tem a seu lado... Quem se sente perdido se a Internet falha...
Esta doença ataca dos mais novos aos idosos...
Fiquemos atentos aos sinais de alerta! E cultivemos (ou recuperemos) o prazer do convívio e da realização de coisas simples que acrescentam sabor à vida verdadeiramente real...
O vídeo, em inglês, aqui fica. Em baixo, arrisco uma tradução livre.


«Mostre-se.
Siga o seu coração.
Procure uma nova perspetiva.
Deixe-se maravilhar.
Encontre as pessoas que ama.
Defina metas.
Ajude os outros.
Dance.
Mime-se.
Enfrente os seus medos.
Vá a um museu.
Faça exercício.
Limite a TV (e o PC).
Mantenha-se em contacto com a natureza.
Ilumine-se.
Tenha uma boa noite de sono.
Leia livros.
Ofereça-se flores.
Não se compare com os outros.
Não se martirize.
Esteja aberto a novas ideias.
Não se concentre em pensamentos negativos.
Seja criativo. Crie o que deseja.
Arranje tempo para se divertir.
Conserve o romance na sua vida.
Seja grato.
Ame a mãe natureza.
Ame o que tem.
Seja verdadeiro consigo próprio.»


Não duvido que esta lista possa ser contestada... ou considerada incompleta. Querem dar sugestões?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Ler a meias, pelo fio da tradição oral...

À chegada à biblioteca, os meninos tiveram uma surpresa: os seus livros voltaram da Biblioteca Municipal para as estantes! Que entusiasmo, voltar a requisitar!
Na nossa sessão, foi tempo de falar de amor e afeto. Recorremos à tradição oral onde todos "casaram e foram felizes para sempre"!...  Mas lemos ainda outras histórias onde nem tudo foi assim tão simples, como alguns meninos bem sabem. Neste caso, com reconciliação!
Havia vários livros por onde escolher; foram eleitos (com diferenças, de turma para turma) os de Alice Vieira, António Torrado, Anthony Browne e de Adelheid Dahimène &Heide Stollinger, ou seja, 
Eu bem vi nascer o sol;
Fita, pente e espelho;
A Nau Catrineta (in Histórias tradicionais portuguesas contadas de novo);
Pela floresta;
Burros.
Este último foi o preferido da maioria. Contudo, não houve unanimidade!
Compararam-se ilustrações de velhos e novos livros. Que diferença entre as de Leal da Câmara (de 1897) e as de Maria João Lopes (2002)! Manuela Bacelar também nos visitou, de novo.
Foram duas sessões repletas de poesias e histórias, cheias de afeto, emoções, com muitos sorrisos e gargalhadas...




quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vinho e Cultura, no Ribatejo...


Não me refiro à viticultura: falo da Cultura, propriamente dita. Está presentemente em curso um projeto que visa aliar a Cultura às Adegas da Rota da Vinha e do Vinho do Ribatejo. Tive o privilégio de participar numa sessão, na Quinta do Casal das Freiras, no passado sábado, seguindo O Bando.
Como foi?
A Companhia Fatias de Cá levou à cena A Menina Inês Pereira, de Gil Vicente, em vários espaços da Quinta, nomeadamente ao ar livre – que o bom tempo assim permitiu. Um cenário deslumbrante!
Nós, os espetadores, circulámos, como se participássemos nas cenas, ora fruindo do espetáculo ora dos respetivos bodos, ou seja, das iguarias regadas com o vinho da casa. Come-se, pois claro, o que intensifica o prazer da experiência, permitindo simultaneamente regressar em segurança, talvez trazendo ainda algumas recordações vinícolas - quem quiser e puder. A peça tudo integra em vários atos, com a maior das naturalidades. Assim a concebeu o seu encenador, Carlos Carvalheiro.
O resto, já estão a imaginar: uma bela passeata, uma tarde bem passada, são convívio, inclusivé com os atores e vitivinicultores que ali se encontravam e desdobravam em personagens e papéis. Um regresso animado com a satisfação de ver que o país real não pára e tem com frequência rumos e projetos criativos, nada cinzentos…
Para os interessados, muitas outras oportunidades de ir assistir irão surgir. Deixo a sugestão…

 Sobre a Quinta do Casal das Freiras.


E, já agora, também O Bando.