domingo, 26 de setembro de 2010

A propósito de leituras... e de um novo projecto...

Vivi permanentemente rodeada de livros e sempre li, li... Mas confesso que, anos a fio, li sobretudo muitas prosas bárbaras de crianças e jovens. Li principalmente muitas histórias com vista a escolher as que queria dar a ler aos meus alunos e muitas outras com o objectivo de seleccionar alguma para elaborar um determinado teste ou uma ficha de trabalho… Em suma, privilegiei a literatura para a infância e juventude. E fiz também leituras para minha informação e estudo. Ou leituras de clássicos e modernos, a meu bel-prazer. Apesar disso, estou muito longe de ter lido tudo o que gostaria de ler.

Reconheço que nunca fui o que vulgarmente se chama uma leitora compulsiva. Esta designação é geralmente associada a auto-elogio, mas tudo o que seja compulsivo me parece dependência. E, pelo contrário, sinto orgulho por considerar não ser dependente de coisa alguma. E por crer que sempre soube partilhar o meu tempo entre obrigações e devoções (embora umas vezes melhor do que outras), incluindo-se, entre estas, a leitura.


Quereria ter lido muito mais, já disse. Mas não esgotei o meu tempo e continuo afincadamente nesse propósito. Para mais, gosto de ler de um fôlego, quase sem interrupções, o que exige que dedique à leitura um tempo prolongado e seguido, o que nem sempre é fácil, mas tenho tentado agora. Ou não fossem férias! 

Enfim, tempo de preparação de um novo ano… e também de um novo projecto: “Um livro debaixo de olho...”, isto é, uma comunidade de leitores para jovens do 3º ciclo (7º e 8º anos, para começar).
Um projecto que me mantém ultimamente retirada do mundo…, junto ao mar.

Uma experiência para começar em breve, neste novo ano que há pouco se iniciou…
(Depois conto!)

Os meninos vão para a escola...

“Os meninos vão para a escola”- assim lhes chamam.
Claro, este não é o seu nome erudito, em latim, nem sei mesmo se a designação será usada em todo o país… Segundo consta, elas florescem por esta altura quando, findo o Verão, os meninos retornam à escola. E o povo, atento à natureza, é hábil a nomear tudo aquilo que nos rodeia, não se preocupando muito com pormenores tais como recorrer a uma frase para denominar flores, em vez de usar um único nome-substantivo, como é habitual…
Esta associação, a meu ver, é clara: o reino cor-de-rosa de meninas e meninos não se faz só de tempo de lazer; engloba o tempo da sua educação: trabalhar, aprender; cumprir regras e horários ao ir/voltar para a escola. Aquela flor rosada, singela, que por coincidência floresce por esta altura e em seguida adormece para reflorir um ano mais tarde, ganhou o nome da grande marcha dos meninos nesta estação. Ganhou esse simbolismo.
Inicia-se mais um ano. Lectivo. Meses em que serão vividas inseguranças e confortáveis rotinas, entusiasmos e cansaços, descobertas e emoções, tristezas e alegrias, facilidades e dificuldades, aprendizagens dos currículos (sem esquecer o currículo oculto)…
Chegou o tempo de aprender a conviver. Aprender a aprender. Descobrir. Saber.
Enfim, tempo de crescer.
Que os meninos que vão para a escola possam crescer, aprendendo a vencer desafios; aprendendo a ser felizes!