Almada reflorida, 2012
Hoje, vou compor a moldura dos teus olhos. Com a tensão verde dos pinhais. A elasticidade das heras. A dança das horas. O amarelo torrado das madressilvas.
Vou compor a moldura dos teus olhos. Com o brilho verde dos laranjais. O rigor dos eucaliptos. As barcarolas das sereias. Os traços contorcionistas das figueiras.
A moldura dos teus olhos. Vai ter o murmúrio das espigas. O baloiçar das ondas, o brilho húmido das rochas, os cabeços das dunas, a brisa que transporta a maresia.
Vou compor a moldura dos teus olhos. Dos verdes tenros das várzeas. Dos fetos, das avencas, das margens da ribeira. E vou guarnecê-la das curvas dos caminhos, dos estofos das nuvens. Do vento que assobia nas telhas despregadas
Carvalho, Myriam Jubilot, E no fim era a poesia, Nova Vega e Autor, 2007
PS. Myriam (pseudónimo literário) é minha colega e amiga. Poeta.
(Presto-lhe homenagem, evocando a data.)
Divido este seu livro em 3 partes: 1) Poesia, Amor. 2) Caos, Dor. 3) Vida vivida. Poesia.
Transcrevi o 1º poema (prosa poética).
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