terça-feira, 26 de julho de 2022

Aconteceu...


Um novo salto até aos SSAP, desta vez para um tributo aos avós, no seu dia.

Consta que Ana Elisa do Couto, uma penafidelense e avó de seis netos, durante longo anos, pugnou por esta comemoração. O dia escolhido para tal foi 26 de julho, dia de celebração dos avós de Jesus. 

A palavra avós, esconde um segredo gramatical. Um avô e uma avó não são "os avôs", mas sim "os avós". Mantém-se a forma feminina do nome, ao contrário da regra geral, em que o masculino prevalece. Surpresa!

Podemos imaginar explicações - as avós cuidam mais, etc... Contudo, as línguas têm os seus segredos. E a verdade é que sabemos de netos com grande amor e dedicação aos seus avôs e vice versa. Saramago e o amor pelo seu avô Jerónimo, por exemplo.

Alice Vieira proporcionou-nos reflexão sobre ser avó nos dias de hoje, em que o mundo mudou, a disponibilidade das avós pode não ser a mesma e não temos de nos inquietar por isso. Há uma relação de cumplicidade a cultivar, com sabedoria e alegria, que a todos beneficia.

Veio à baila o envelhecimento. Uma crónica de Maria Filomena Mónica ajudou a abordar o tema, salientando aspetos positivos e ainda mais os negativos... Mas "envelhecer é saber isto", conclui.

Momento de humor veio de três crónicas de Paulo Farinha, publicadas no Notícias Magazine: 1) Recados para uma avó que vai ficar com os netos alguns dias em agosto; 2) Resposta da avó que ficou com os netos alguns dias nas férias; 3) Troca de mensagens dos netos que ficaram com a avó nas férias. Divertidíssimo!

Os presentes intervieram, salientando memórias dos seus avós e a ligação aos seus netos. O mais novo neto do grupo é um bebé de 11 meses. Já não tem a bisavó curandeira que tratava meninos aguados e outras maleitas, com as suas mezinhas.

Alguém destacou a alegria de ver a sua rua animada por crianças que frequentam a escola Alice Vieira, nos Olivais... Esta senhora recordou as aulas de História que o avô dava diante da estátua do Marquês, a si e demais netos, na infância. Com pouco proveito, ao que parece, mas de boa memória.

Por se falar nisso, acabámos por ler o conto Trisavó de pistola à cinta em que a heróica trisavó Benedita, que supostamente tinha vivido no tempo das invasões francesas, afinal vivera no tempo dos Filipes e era tudo menos patriótica... Findo este mito familiar, adeus ao nome de Benedita de todas as primogénitas das sucessivas gerações...

Para terminar, um belo poema vindo da assistência.

E assim encerrámos este momento de partilha de palavras, revisitando autores e textos que proporcionaram prazer, livre troca de ideias, opiniões, gargalhadas e aplausos.


Bibliografia:

Alice Vieira, O livro da avó Alice, lua de papel

Alice Vieira, Trisavó de pistola à cinta e outras histórias, Caminho

José Saramago, As pequenas memórias, Porto Editora

Maria Filomena Mónica, Nós, os portugueses, Quasi

Webgrafia:

https://www.noticiasmagazine.pt/2017/paulo-farinha-recados-avo/cronicas/102635/

https://www.noticiasmagazine.pt/2017/paulo-farinha-resposta-avo/

https://www.noticiasmagazine.pt/2017/paulo-farinha-mensagens-netos/



 


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