Joaquim Benite (1943-2012) veio de Campolide e trouxe para Almada o seu teatro, apostando na dinamização cultural da nossa cidade e transformando-a, com arte.
Anualmente, o Festival homenageia alguém ligado às artes de palco. Chegou agora a sua vez, na 30ª edição do evento, em cuja organização já não participou. Homenagem póstuma; justa homenagem.
Felicito Catarina Neves pelo seu documentário, hoje apresentado, sobre o processo de criação daquele que acabou por ser o último trabalho de Benite: Timão de Atenas, de Shakespeare.
Este documentário demonstra bem a sua forma rigorosa de dirigir atores e revela as ideias do encenador sobre a peça e a vida...; revela igualmente a forma como experientes atores profissionais, com quem longamente trabalhou, aceitavam as suas indicações...; permite-nos penetrar na sala de ensaios e informa-nos sobre as variadas fases do trabalho "de bastidores"... Dá a palavra aos netos que falam de afetos e de memórias que o avô lhes legou: um toque de ternura de salientar, no trabalho de Catarina Neves...
Comovidos e gratos.
"Vamos continuar com teatro!"
4 comentários:
Justa, a homenagem a Joaquim Benite.
Talvez que sem ele, o teatro nunca tivesse a expressão que tem.
Continuará o teatro, sem dúvida.
Resta saber se com a mesma dinâmica.
Quanto ao Festival, será erro meu de análise ou está a tornar-se elitista?
Observador (atento), concordo com tudo... Quanto à dinâmica, até agora, julgo que se tem mantido.
Relativamente às "elites", continuamos a ter espetáculos de todo o género, da comédia tradicional ao teatro experimental. Algumas companhias portuguesas, há muito que não as vemos por cá, não sei porquê, mas agrada-me ter acesso a Companhias estrangeiras que circulam pelos vários festivais internacionais. O público de Almada tem sido assim habituado... (Respondi?...)
Parcialmente, Manuela.
Criar elites é do mais perigoso que existe.
Penso eu de que.
Diversidade sim, aconselha-se, espectáculos 'virados' para alguns, podem fazer mossa.
Não está, nem pode estar, em causa a qualidade. Temos é que a tornar abrangente.
Será erro meu? Admito que sim.
Bem, quando eu disse que temos visto "espetáculos de todo o género" pretendi afirmar que abrange todos os públicos e quis negar que o Festival esteja a levar ao palco peças muito herméticas, dirigidas a um público "elitista"...
Simples opinião pessoal, claro!
Anos houve em que apresentou comédias do Teatro Mário Viegas e, durante alguns anos, fechava sempre com divertidas peças da Comuna... Será que continuam a levá-las à cena? (Não será essa a razão da ausência?)
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