A Universidade Popular Almada teve a sua sessão solene de abertura - tanto da nova sede como do novo ano letivo. Sim, foi há largas semanas, é verdade, mas continua a ser oportuno falar desse momento importante de uma nova instituição cultural da cidade, criada com a determinação de alguns e a boa vontade de muitos, voluntariamente, e que vai crescendo, passo a passo, com novos cursos e novos horários, uns diurnos e outros pós-laborais.
Pelo contrário, um (o) Centro dos Serviços Sociais de Aposentados da Administração Pública fez, há dias, um convívio para assinalar festivamente o seu encerramento. Uma tarde passada entre muitos amigos que acorreram para ouvir palavras ditas e cantadas por quem, voluntariamente, ao longo de anos, tem colaborado na animação de um espaço familiar e acolhedor que nos deixa saudades.
Outros centros há em Lisboa ("Nada se perde, tudo se transforma") e a mensagem foi... até breve!
Em ambos os eventos, não faltou, naturalmente, nem música nem literatura.
Quem melhor do que Miguel Torga, com o seu poema Sísifo, para convidar ao recomeço?...
Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia e sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
do futuro,
dá-os em liberdade. (...)
Mário Quintana (1906-1994), poeta, tradutor e jornalista brasileiro, falou-nos da vida, do tempo...,
do nosso dever de viver, sem preocupação de horas...: "Seiscentos e sessenta e seis":
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas…
Quando se vê, já é 6.ª feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente …
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Quando se vê, já são 6 horas…
Quando se vê, já é 6.ª feira…
Quando se vê, passaram 60 anos…
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente …
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Nos quais, feliz, participei.
Bibliografia:
Jean-Claude Carrière, Nova tertúlia de mentirosos, Teorema
Poemas extraídos da WEB, O Citador.
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