“A vida é feita de nadas”,
proclama o poeta.
“ - Está tudo bem!... Agora, está
tudo bem!…” – crê uma mãe contemplando o seu menino, calando mágoas.
“ – Não vai ser nada… Não vai ser
nada…“, consola-a um amigo inquieto, em hora determinante de um momento difícil.
Uma sessão plena de “máquinas de
passar por dentro” de gente adulta que comprovou acalentar a magia da infância.
Afinal, nós, os adultos, é que “mudámos de tamanho”, lembrava Pina.
Desfiou-se o fio das
leituras da primeira Tertúlia Literária
em colaboração com a Universidade Popular Almada, realizada na Sociedade
Recreativa União Pragalense. (Em boa verdade, sem associados da SRUP – os quais
preferiram prosseguir o despique dos seus jogos de eleição, situação esta
perfeitamente compreensível.)
Estivemos, pois, entre amigos de
longa e curta data, com uma colega dos bancos da Universidade; com colegas de
escola, uns desde a 1ª hora e outros bem mais recentemente; com uma ex-aluna…; com a
minha neta gigante… e a pequenina " filha do meio"; com raros
desconhecidos e bons amigos, de muitas esquinas. Da Comunidade Saramaguiana de
Leitores, designadamente. E muitos outros não lograram estar fisicamente, mas fizeram
sentir o seu abraço.
Aconteceu num ambiente (aparentemente)
secreto e (efetivamente) intimista de catacumbas,
numa simpática salinha pela qual optámos, em detrimento do anfiteatro contíguo, na
cave da SRUP.
Seguimos contemplando o presente.
Sentindo, imaginando. Denunciando. Com esperança na Humanidade e no futuro. Na
companhia de livros, de escritores ausentes e presentes. Entre palavras e
lembranças. Com emoção. Festejando a literatura. Com património oral e livros de
Autor, evocando os escritores:
Afonso Cruz
Alexandre Castanheira
Fernando Fitas
Graça Lobo
Ilse Losa
José Fanha
Manuel António Pina
Miguel Torga
Philippe Ug
Roald Dahl
Xico Braga.
(A próxima tertúlia está prevista
para 24 de fevereiro.)
2 comentários:
Adorei este teu resumo!!
Muitos parabéns!!
Querida amiga, obrigada! Preparar a sessão foi ato moroso; havia muitas incógnitas e outras tantas hipóteses em aberto, até à hora H. Fui decidindo a troca e uma nova sequência, em plena sessão... Fiquei muito emocionada com as reações dos presentes, no final. Acordei na manhã seguinte a pensar nos momentos marcantes do "evento": o poema "Bucólica" de Miguel Torga, o conto "Apesar de tudo" de Ilse Losa (a meio), e "A amiga" de Graça Lobo, mais para o final... e não é que encontrei novos fios condutores e coincidências inesperadas?... Foi o que determinou esta escrita... E tu, atenta e sensível, percebeste a mudança! Também gostei! Beijinhos.
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