terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal, História e Sociologia...


25 de Dezembro, anteriormente ao Cristianismo, era já tempo de festividade: celebrava-se o nascimento do Sol Invencível, o deus-Sol que renasce no solstício de Inverno.

À antiquíssima festa pagã sobrepôs-se, há cerca de dois mil anos, a festa cristã do nascimento do Menino-Deus.


A religiosidade faz parte da nossa herança cultural. Os presépios que, nesta época do ano, proliferam nas nossas casas, nas montras e em plena rua, comprovam-no; por outro lado, assim se apela a que não nos esqueçamos do significado atribuído, de longa data, a esta data...


Contudo, a forma como se comemora o Natal, nos nossos dias, revela bem que nas nossas sociedades, cada vez mais laicizadas, novos valores se sobrepõem à tradição religiosa.


O sociólogo Moisés Espírito Santo analisa: «A felicidade individual é, hoje, um objectivo primordial. O nascimento de Jesus é como que um antigo símbolo do “Eu, indivíduo” cujo objectivo na vida é “ser feliz”.»
E acrescenta: «Actualmente, o principal símbolo do Natal é a família. Vem depois a ideia de solidariedade humana, em que os indivíduos, com as suas diferenças estatutárias, se projectam como uma grande família humana. Há assim uma vontade de refazer a sociedade, mais igualitária, mais justa, e de relançar a fraternidade. (…)»
Não surpreende a sua conclusão: «O materialismo (comércio, consumo, etc), próprio desta época do ano, deriva da simbólica sociológica da “oferta”, num projecto de “fraternidade”.»


Convenhamos: renascer, reunir a família, recriar o social – é um projecto só por si muito amplo..., demasiado vasto apenas para um Natal.


Oferecer… o quê, como? Há tanta forma de se ser fraterno e solidário, no nosso dia-a-dia!


Tornar feliz, sem dúvida. Ser feliz, sim!
(Objectivos a não perder de vista, na azáfama e correria de cada dia...)

2 comentários:

@ntonio Silva@ disse...

Um Natal muito Feliz !

Um 2010 cheinho de saúde e sorte !

para ti e para os teus Manuela !


António

Joaquim Chaves disse...

Podíamos viver sem o Natal?
Podíamos! Mas não era a mesma coisa!
Feliz natal!