sábado, 8 de novembro de 2008

A manifestação de 8 de Novembro...





(Em cima: "Ministra da Decepção".)
(Em baixo: "Papelada + papelada = Educação degradada"...)





(... e: "Vamos acabar com este drama.")




"Uma imagem vale mais do que mil palavras" - provérbio chinês.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Não desistas!...

Escuta... sente... vê... Luta pelo que pretendes; não desistas!...

«Não é por as coisas serem difíceis que não as devemos ousar..., é por não as ousarmos que as coisas se tornam difíceis.»



quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Um filme: a escola em debate!

Tive curiosidade em ir ver o filme Entre les murs (A Turma), assim que estreou em Portugal.
O filme francês "A Turma" foi premiado com a Palma de Ouro do Festival de Cannes 2008 e retrata o quotidiano de uma turma multiétnica de um liceu francês da periferia de Paris.
O argumento baseia-se num livro de François Bégaudeau, que interpreta o seu próprio papel, uma vez que é o autor do livro que deu origem ao filme, no qual relata a sua experiência como professor. Os restantes actores não são profissionais: são alunos de liceus parisienses.

Laurent Cantet, o realizador, nega que se trate de um documentário, visto que não dá uma visão geral sobre a escola: é um filme centrado nas dificuldades de um professor perante alunos de um liceu, num bairro problemático; foram escolhidos momentos de tensão e de diálogo; a acção concentra-se naqueles 25 alunos e naquele professor, durante esse ano lectivo.


Sei que o filme tem gerado controvérsia: professores franceses, pais e sociedade, em geral, fazem leituras várias, fazendo ressaltar os seus pontos de vista sobre a Educação e a escola pública.

Alheia à polémica, eu vi o filme com comoção e sem estranheza.
Aquela turma não difere de muitas das nossas turmas (que são cada vez maiores).

Em 37 anos de ensino, em Almada, vivi em sala de aula situações diversas e idênticas, ora melhores ora piores do que as do filme... Quer tratando-se de imigrantes ou não!

O filme mostra-nos os professores a chegarem àquela escola, em Setembro, esperançados e meio assustados; a certa altura do ano, um deles teve um momento em que ficou absolutamente fora de si; vemos reuniões em que se cumprem imprescindíveis e meras formalidades, sobretudo preenchendo papéis... lá como cá..., sobretudo cá, onde os papéis abundam e se multiplicam.
No dia-a-dia, cada professor a sós com a(s) sua(s) turma(s)...

Assistimos a muitos minutos de aulas.
O professor é atento, activo, humano... tenta cumprir o currículo daquele ano de escolaridade de maneira flexível, adaptando-se aos alunos que tem diante de si – o que me parece correcto. Sendo professor de Língua (de Francês - simultaneamente como língua materna e não materna), ele treina afincadamente a expressão oral, a escrita, a leitura; insiste no vocabulário, na construção frásica, nos verbos..., revelando dominar bem a matéria que ensina, aceitando todas as opiniões e respondendo assertivamente.

Quanto ao seu método... na minha opinião, poderia ter usado outros recursos materiais e novas tecnologias; recorrer a trabalho em equipa; conduzir a aula em maior cooperação... Mas há muito aprendi que cada professor tem o seu estilo próprio... que não há um método perfeito: o melhor método é o que funciona, não sendo nenhum deles isento de insucessos...

Indisciplina? Problemas naquela aula? Houve muitos, indesejáveis, inaceitáveis!...
Ignorando deliberadamente alguns aspectos, digo apenas que as palavras de alguns alunos eram duras, agressivas, inoportunas...

E, no entanto, não aprovando esse tom, considero positivo que o diálogo tivesse lugar. Uma aula de língua é o momento privilegiado para ser um espaço de comunicação.
Por outro lado, vi trabalho! Admirei a forma como muitos iam realizando, disciplinadamente, uma a uma, as tarefas que o professor lhes propunha, de chofre, para cumprir na aula e em casa...
Alguns não o faziam: ali como aqui, agora como outrora...

Admirei e saliento a capacidade de aqueles jovens falarem de si mesmos desassombradamente, de serem capazes de se escutar em silêncio, sabendo respeitar-se, apesar de tudo...
Dificilmente o vejo acontecer entre os nossos adolescentes...: nem uns se querem expor nem os outros os escutam sem interromper e troçar... criando um ciclo vicioso difícil de combater.

O professor está geralmente só - tem de decidir em fracções de segundo, perante uma turma unida, nos momentos cruciais; não raramente é incompreendido não apenas pelos seus alunos, mas também pelos seus pares e pelos pais, quando surgem dificuldades e estes o olham com desconfiança, sem entender a escola... para além de que tem ainda de lidar com a sua própria frustração...

Não consegui ver o filme como uma observadora exterior... Senti que podia ser eu... Recordei situações guardadas à chave... e, felizmente, também sucessos acumulados!...

A nossa realidade não é mais fácil, desenganem-se!


Anexo: vídeo em francês (Conferência de Imprensa com realizador e professor).


Entre les murs - Conf de presse
Enviado por CANNES_LEXPRESS_STUDIOMAG